Telegrafia e modernização da imprensa nas crônicas de Machado de Assis

Autores

  • Jussara Menezes Quadros Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14249

Palavras-chave:

Machado de Assis, Crônicas, Telegrafia, Século XIX, Literatura e Tecnologia.

Resumo

O artigo analisa as críticas de Machado de Assis (1839-1908) à telegrafia e sua resistência à informação telegráfica como novo paradigma do discurso jornalístico. Em 1875, um ano apenas após a inauguração do cabo submarino transatlântico, a agência Havas-Reuter abria seus escritórios no Brasil, marcando o início da incorporação do país a uma rede global de comunicações telegráficas. As crônicas do escritor, publicadas entre 1870- 1890, mostram que a modernização tecnológica da imprensa gerou tensões e controvérsias, ameaçando desestabilizar os fortes vínculos entre a literatura e o jornalismo. As invectivas irônicas de Machado de Assis contra a agência Havas revelam seu engajamento nas políticas da imprensa local, por oposição à acelerada internacionalização do mercado de notícias na segunda metade do século XIX.

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Biografia do Autor

Jussara Menezes Quadros, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio)

Professora de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Doutora em Teoria Literária (Unicamp). Foi Professora Assistente de Estudos Brasileiros na Universidade de Princeton de 2000 a 2009.

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Publicado

2014-01-14

Como Citar

Quadros, J. M. (2014). Telegrafia e modernização da imprensa nas crônicas de Machado de Assis. Revista FAMECOS, 20(3), 756–775. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2013.3.14249

Edição

Seção

Jornalismo