Ressignificando o grito da independência por meio da literatura infantil
possíveis relações entre “Independência ou morte”, de Pedro Américo (1888), Independência ou morte!, de Juliana Faria (2006) e o romance histórico contemporâneo de mediação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2023.1.44316Palavras-chave:
Literatura infantil, Pintura, Formação do leitor literário, Narrativas híbridas de história e ficçãoResumo
O objetivo deste artigo é apresentarmos um estudo comparativo das relações estabelecidas entre o quadro Independência ou Morte (1888), de Pedro Américo e a narrativa híbrida de história e ficção infantil Independência ou Morte! (2006), de Juliana de Faria. Na diegese analisada, destaca-se como uma das personagens o próprio Pedro Américo, quem explica detalhes de sua obra pictórica que não correspondem ao discurso oficial. Nesse sentido, o estudo das relações entre o discurso historiográfico, a literatura infantil e a pintura possibilitam que o jovem leitor tenha acesso, desde os anos iniciais, a análises que visam à ampliação de conhecimentos, principalmente, sobre o uso da linguagem. Dessa maneira, podemos corroborar o potencial do texto literário, especialmente o híbrido de história e ficção infantil, na formação de um leitor literário já desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. Ancoramos nossas reflexões nos pressupostos de Lima (2006), Palermo (2013), Samoyault (2008), Mendoza Fillola (1994), Fleck (2017), entre outros. Consideramos que as narrativas híbridas de história e ficção brasileiras produzidas para leitores infantis podem revisitar o passado, localizando elementos ou espaços que nos dão a possibilidade de ressignificar a história tradicional, além de colaborar, de forma concreta, na ampliação de conhecimentos.
Downloads
Referências
AMÉRICO, Pedro. Independência ou Morte. 1888. 1 pintura, óleo sobre tela, 415,00 cm x 760,00 cm. Acervo do Museu Paulista (São Paulo, SP). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra1431/independencia-ou-morte. Acesso em: 9 ago. 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.
ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009.
CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramon. Prólogo: Giro decolonial, teoría crítica y pensamento heterárquico. In: CASTRO GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (org.). El giro decolonial: reflexiones para una universidad epistémica más allí del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneosy Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007. p. 9-24.
COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. Tradução de Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2007.
DORADO MENDEZ, Hugo Eliecer; FLECK, Gilmei Francisco. Projetos decolonias na América Latina: o romance histórico latino-americano e a dupla descolonização epistemológica. Nova Revista Amazônica, Bragança, v. 10, n. 1, p. 125-139, jun. 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/nra/article/view/12763. Acesso em: 11 jul. 2023. DOI: https://doi.org/10.18542/nra.v10i1.12763
FARIA, Juliana de. Independência ou Morte! São Paulo: Panda Books, 2006.
FLECK, Gilmei Francisco. O romance histórico contemporâneo de mediação: entre a tradição e o desconstrucionismo – releituras críticas da história pela ficção. Curitiba: CRV, 2017.
GOMES, Laurentino. 1822: como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram dom Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar certo. São Paulo: Globo, 2015.
ISER, Wolfgang. O ato da leitura. Tradução de Johannes Kretschmer. São Paulo: Ed. 34, 1996.
LIMA, Luiz Costa. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
LOPEZ, Cristian Javier; SANTOS, Vilson Pruzak dos. A linguagem literária crítica/mediadora das narrativas híbridas na sala de aula: vias de descolonização. Revista Entrelaces, Fortaleza, v. 12, n. 24, p. 110-126, abr./jun.2021. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/entrelaces/article/view/62745. Acesso em: 11 jul. 2023.
MENDOZA FILLOLA, Antonio. Literatura comparada e intertextualidad. Madrid: Editorial La Muralla, 1994.
MIGNOLO, Walter. Desafios decoloniais hoje. Tradução de Marcos de Jesus Oliveira. Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu, v. 1, n. 1, p. 12-32, 2017. Disponível em: https://revistas.unila.edu.br/epistemologiasdosul/article/view/772. Acesso em: 11 jul. 2023.
MIGNOLO, Walter. Historias locales, proyectos globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamento fronterizo. Madrid: Akal, 2000.
PALERMO, Zulma. Desobediencia epistémica y opción decolonial. Cadernos de estudos culturais, Campo Grande, v. 5, n. 9, p. 237-254, jan./jun. 2013. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/cadec/article/view/3517. Acesso em: 18 ago. 2022.
SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade. Tradução de Sandra Nitrini. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008.
SANTOS, Vilson Pruzak dos. A liberdade lúdica na leitura da literatura nonsense: imaginação, criatividade e ludicidade na formação do leitor literário no ensino fundamental. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em Letras) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2019.
SPYER, Tereza; LEROY, Henrique; NAME, Leo. Zulma Palermo: a opção decolonial como lugar outro de pensamento. Tradução de Bruna
Macedo de Oliveira. Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu, v. 3, n. 2, p. 44- 56, 2019. Disponível em: https://revistas.unila.edu.br/epistemologiasdosul/article/view/2466/2132. Acesso em: 11 jul. 2023.
TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Tradução de Maria Clara Correa Castelo. São Paulo: Perspectiva, 2008. (Coleção Debates).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Letrônica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Letrônica implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Letrônica como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.