Alteamento e conservação de vogais médias postônicas não finais em dois estilos de fala
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2017.1.25071Palavras-chave:
Sociolinguística, Fonologia, Alteamento, Vocalismo, Postônico.Resumo
A pesquisa sociolinguística variacionista realizada por De Paula (2015) no Estado do Rio de Janeiro investigou o processo de mudança que ocorre no vocalismo postônico não final do português. Os resultados demonstram que o processo de alteamento atinge ambas as vogais médias postônicas não finais /e/ e /o/, que estão em plena variação com as vogais altas /i/ e /u/ neste contexto (abób[o]ra ~ abób[u]ra; pêss[e]gu ~ pêss[i]gu). Isto indica que a mudança para o sistema simétrico de três vogais /i a u/ já está prevista no nível subjacente da fala fluminense. Tais resultados diferem do sistema assimétrico /i E a U/, defendido por Câmara Jr (1970). Além disso, a complementação dos resultados com um questionário e um teste de leitura foi fundamental para encontrar e analisar muitas palavras proparoxítonas que não apareceram nos corpora sociolinguísticos. Tal etapa da pesquisa demonstrou que o alteamento, que é praticamente categórico na fala espontânea de pessoas que estudaram até o Ensino Fundamental, é inibido gradualmente com o aumento da escolaridade e do monitoramento do discurso, o que leva os falantes a recuperarem as variantes conservadoras [e] e, até mesmo, [o].
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