O paradoxo da liberdade em Santo Agostinho e o estatuto ontológico da vontade frente à presciência divina

Autores

  • Matheus Jeske Vahl Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4012.2015.1.17324

Palavras-chave:

Condição humana, vontade livre e presciência.

Resumo

Santo Agostinho é um dos primeiros autores a apresentar uma reflexão filosófica mais sistematizada sobre a liberdade. Esta se insere no contexto da resolução de diversos problemas, oriundos do choque cultural entre a filosofia greco-romana da antiguidade tardia e o cristianismo, o mais evidente diz respeito à compatibilidade do mal e do pecado na ordem dos seres criados por um Deus sumamente bom e onisciente. Um conceito chave é o de vontade, cunhado em De Libero Arbítrio e desenvolvido também em obras posteriores. A vontade livre consiste no modo próprio de ser do homem na ordem dos seres criados, o pecado não a altera substancialmente, mas acidentalmente, a partir de seu próprio movimento voluntário. O mesmo é previsto por Deus que é presciente, o que na visão do bispo de Hipona não só não interfere no desenvolvimento da liberdade, como por sua Graça, consuma sua efetivação.

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Biografia do Autor

Matheus Jeske Vahl, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Graduado em Filosofia, o autor possui graduação incompleta de teologia, tendo se dedicada a pesquisa em filosofia contemporânea, mais precisamente ao pensamento de Martin Heidegger, há dois anos pesquisa o pensamento de Santo Agostinho, buscando uma relação entre ontologia, ética e antropologia. Possui Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas

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Publicado

2015-07-31

Como Citar

Jeske Vahl, M. (2015). O paradoxo da liberdade em Santo Agostinho e o estatuto ontológico da vontade frente à presciência divina. Intuitio, 8(1), 32–45. https://doi.org/10.15448/1983-4012.2015.1.17324

Edição

Seção

Artigos