O altersense do haicai

Autores/as

  • Ana Fernandes Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
  • João Queiroz Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7726.2018.2.30083

Palabras clave:

Haicai, Altersense, Faneroscopia, Peirce

Resumen

O haicai tem sido alvo de uma enorme quantidade de análises. De Barthes a Leminski, de Haroldo de Campos a Octavio Paz, para mencionar apenas alguns dos mais conhecidos, as análises se concentram na forma justa e densamente estruturada do poema e na brevidade do acontecimento representado. Trata-se de uma ideia que já foi muito explorada, e da qual extraímos novas consequências. Em nossa descrição, baseada na faneroscopia de Charles S. Peirce, o haicai não é o signo de um acontecimento, mas do altersense do haijin, que é a “consciência de um presente diretamente outro, ou segundo” (CP 7.551) do poeta. De acordo com essa abordagem, o haicai é um signo, ao mesmo tempo icônico e indexical, que representa um “departamento da ação mental” (CP 7.539).

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Ana Fernandes, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Ana Luiza Maia Gama Fernandes é doutoranda (bolsista modalidade GD – CNPq) no Departamento de Letras, Literatura, Cultura e Contemporaneidade, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: [email protected].

João Queiroz, Universidade Federal de Juiz de Fora

João Queiroz é professor do Instituto de Artes e Design, UFJF. Ele é membro da International Association for Cognitive Semiotics (IACS), membro do Linnaeus University Centre for Intermedial and Multimodal Studies, Vaxjo (Suécia), e pesquisador associado do Linguistics and Language Practice Department, University of the Free State (Africa do Sul). Site: www.semiotics.pro.br E-mail: [email protected]

Citas

ATÃ, Pedro; QUEIROZ, João. Icon and Abduction: Situatedness in Peircean Cognitive Semiotics. In: MAGNANI, Lorenzo. (Org.). Model-Based Reasoning in Science and Technology. New York: Springer, 2013. p. 301-313.

BARTHES, Roland. O Império dos Signos. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

BARTHES, Roland. A Câmara Clara: Nota sobre Fotografia. Rio Janeiro: Nova Fronteira, 2004.

BERGMAN, Mats. Reflections on the Role of the Communicative Sign in Semeiotic. Transactions of the Charles S. Peirce Society: A Quarterly Journal in American Philosophy, v. XXXVI, n. 2, p. 225-254, 2000.

BLYTH, Reginald. A History of Haiku. Tokyo: Hokuseido Press, 1963. Vol. II.

CAMPOS, Haroldo. A Arte no Horizonte do Provável. São Paulo: Perspectiva, 1972.

COELHO, Eduardo. O haicai e sua adaptação no Brasil. In: CALCANHOTO, Adriana (Org.). Haicai do Brasil. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014. p. 130-141.

DE TIENNE, Andre. Learning qua semiosis. Semiotics, Evolution, Energy, and Development, v. 3, p. 37-53, 2003.

FARIAS, Priscila; QUEIROZ, João. Visualizando Signos. São Paulo: Blucher, 2017.

FONTANARI, Rodrigo; MOTTA, Leda. A Tentação do Haikai e a Experiência Traumática da Fotografia em Roland Barthes. Aletria, v. 24, n. 2, p. 127-139, 2014.

FRANCHETTI, Paulo. O haicai no Brasil. Alea: Estudos Neolatinos, v. 10, n. 2, 2008.

FRANCHETTI, Paulo; DOI, Elza. Haikai: Antologia e História. São Paulo: Unicamp, 2014.

GOGA, Masuda. O Haicai no Brasil. Tradução: José Yamashiro. São Paulo: Oriento, 1988.

GUTTILLA, Rodolfo. Boa Companhia: Haicai. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

HAUSMAN, Carl. Charles Sanders Peirce's Evolutionary Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.

HAKUTANI, Yoshinobu. Haiku and Modernist Poetics. New York: Palgrave Macmillan, 2009.

HIRASHIMA, Cézar Katsumi. O Haikai nas Artes Visuais: Tradução Intersemiótica. 2007. 192 fls. Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

HOOKWAY, Christopher. Truth Rationality, and Pragmatism: Themes from Peirce. Oxford: Oxford University Press, 2002.

HULSWITT, Menno. Semeiotic and the Cement of the Universe: A Peircean Process Approach to Causation. Transactions of the Charles S. Peirce Society: A Quarterly Journal in American Philosophy, v. XXXVII, n. 3, p. 339-363, 2001.

KANEOYA, Iochihiko. O Haikai, Haicai ou Haiku. Disponível em: <http://www.nipocultura.com.br/?p=242>. Acesso em: 10 fev. 2018.

KERKHAM, Eleanor. Matsuo Bashô’s Poetic Spaces: Exploring Haikai Intersections. New York: Palgrave Macmillan, 2006.

LEMINSKI, Paulo. Ensaios e anseios crípticos. São Paulo: Editora da Unicamp, 2011.

LEMINSKI, Paulo. Bashô. São Paulo: Brasiliense, 1983.

LEITE, Elizabeth Rocha. Leminski: O Poeta da Diferença. São Paulo: Ed. USP, 2012.

MARTY, Robert. C. S. Peirce’s Phaneroscopy and Semiotics. Semiotica, v. 1/4, n. 41, p. 169-181, 1982.

NAKAEMA, Olivia Yumi. Haicais de Paulo Leminski: Uma Abordagem Semiótica. Cad. Pesq. Grad. Letras USP, v. 1, n. 1, p. 252-260, 2011.

PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1976.

PEIRCE, Charles S. The Essential Peirce. Selected Philosophical Writings. (EP seguido pelo número do volume e página). EP 1 edited by HOUSER, Nathan; KLOESEL, Christian; EP 2 edited by the Peirce Edition Project. Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 1992, 1998.

PEIRCE, Charles S. The Collected Papers of Charles Sanders Peirce. (CP seguido pelo número do volume e parágrafo). Electronic edition reproducing Vols. I-VI [HARTSHORNE, Charles; WEISS, Paul (Eds.). Cambridge: Harvard University Press, 1931-1935]; Vols. VII-VIII [BURKS, A. W. (Ed.). Same publisher, 1958]. Charlottesville: Intelex Corporation, 1931- 1935.

PEIRCE, Charles S. Annotated Catalogue the Papers of Charles Sanders Peirce. (MS seguido pelo número do manuscrito). ROBIN, Richard.S. (Ed.). Massachusetts: The University of Massachusetts Press, 1967.

PEIRCE, Charles S. New Elements of Mathematics by Charles Sanders Peirce. (NEM seguido pelo número da página). EISELE, Carolyn (Ed.). The Hague: Mouton, 1976.

PICARDI, Eva. La chimica dei concetti. Lingua e Stile, v. 25, n. 3, p. 363-381, 1990.

QUEIROZ, João. Semiose segundo C. S. Peirce. São Paulo: Educ/Fapesp, 2004.

QUEIROZ, João. Tradução criativa, diagrama e cálculo icônico. Alea: Estudos Neolatinos, v. 12, p. 322-332, 2010.

QUEIROZ, João; EL-HANI, Charbel. Towards a Multi-level Approach to the Emergence of Meaning in Living Systems. Acta Biotheoretica, n. 54, p. 179-206, 2006.

RIBEIRO, Thales de Medeiros et al. (Des)construindo Haicais: o entre-lugar na poesia de Mário Quintana e Paulo Leminski. Travessias, v. 5, p. 213-235, 2011.

ROSENSOHN, William. The Phenomenology of C. S. Peirce: From the Doctrine of Categories to Phaneroscopy. Amsterdam: B. R. Gruner, 1974.

SAVAN, David. On the origins of Peirce’s phenomenology. In: WIENER, Philip; YOUNG, Frederic (Orgs.). Studies in the Philosophy of Charles Sanders Peirce. Harvard: Harvard University Press, 1952.

SPIEGELBERG, Herbert. The Context of the Phenomenological Movement. The Hague: Martinus Nijhoff, 1981.

SOUSA, Tatiane. Haicais de Bashô: O oriente traduzido no ocidente. 2007. 136 fls. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2007.

STJERNFELT, Frederik. On Operational and Optimal Iconicity in Peirce’s Diagrammatology. Semiotica, n. 186, p. 395-419, 2011.

TURSMAN, Richard. Peirce’s Theory of Scientific Discovery: a System of Logic Conceived as Semiotics. Indiana: Indiana University Press, 1987.

Publicado

2018-07-30

Cómo citar

Fernandes, A., & Queiroz, J. (2018). O altersense do haicai. Letras De Hoje, 53(2), 297–305. https://doi.org/10.15448/1984-7726.2018.2.30083

Número

Sección

Teoria e Prática da Biografia