Uma dobra na fantasia
o heroísmo feminino de Meg Murry, de Uma dobra no tempo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2023.1.44635Palavras-chave:
Heroísmo feminino, Fantasia, Escrita feminina., Uma dobra no tempo, Madeleine L’EngleResumo
Neste texto, acolhemos e analisamos o romance Uma dobra no tempo (1962), da escritora norte-americana Madeleine L’Engle, cujo enredo explora abundantes ligações entre o científico, o mágico e o espiritual sendo classificado como fantasia-científica infanto-juvenil. Nessa primeira obra de um quinteto, a narrativa revolve em torno de uma menina adolescente que está lidando com questões de autoestima e aceitação, e que, junto com seu irmão mais novo, Charles Wallace, e o menino mais velho da escola, Calvin O’Keef, parte em busca de seu pai em uma aventura através do espaço e do tempo pelo universo. Nosso intento analítico é compreender a protagonista em sua jornada pessoal e como ela pode refletir e refratar outras personagens femininas de histórias anteriores. Em um percurso que visa tecer potenciais conexões intertextuais com outras obras da literatura fantástica, analisamos o protagonismo dentro do gênero de fantasia, particularmente, o feminino na figura de Meg, heroína da narrativa escolhida, buscando-se apontar suas ressonâncias e dissonâncias referentes às expectativas de um papel narrativo moldado em sua origem pela figura masculina, mas que conta com resistentes e significativas presenças femininas ao longo do tempo. Para isso, trazemos entre nosso aporte teórico, autores que versam sobre a figura da heroína, tais como Terri Frontgia (1991), Valerie Frankel (2010), e Maureen Murdock (1990), bem como estudiosos que tratam sobre as problemáticas de gênero e suas implicações simbólicas dentro da narrativa, a saber Farah Mendlesohn (2008), Brian Attebery (2004), Betty Kay Seibt (1988) e Elizabeth Dowling e W. George Scarlett (2006).
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