Internacionalização da Educação Superior como indicador do Sinaes: de qual qualidade estamos falando?
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2017.3.28979Palavras-chave:
Educação Superior. Internacionalização. Qualidade. Sinaes.Resumo
O processo da internacionalização tem ganhado centralidade nos debates sobre a qualidade das instituições de educação superior (IES), tornando-se elemento indispensável ao crescimento científico e cultural entre países das várias regiões do mundo. Como integrador das dimensões internacional, intercultural e global às atividades próprias das IES – ensino, pesquisa e extensão –, esse processo configura-se, cada vez mais, como uma forma de induzir a qualidade, razão pela qual, ao invés de acontecer espontaneamente, precisa ser estimulado por políticas institucionais. Partindo dessas premissas, o objetivo do artigo é investigar as estratégias de internacionalização adotadas por um conjunto de cinco universidades federais apontadas nos indicadores de qualidade do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), instituído pela Lei nº 10.861/2014, entre as doze melhores IES do Brasil, no ano de 2014. No ámbito do Sinaes, o indicador relativo à internacionalização faz parte do eixo de avaliação do Desenvolvimento Institucional da IES, propondo-se a verificar a coerência entre o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e as políticas institucionais, no caso deste trabalho, das cinco universidades selecionadas e sua interface com a política do Sinaes. A reflexão proposta considera, por um lado, a complexidade que envolve o conceito de internacionalização associado à educação superior e as estratégias adotadas pelas IES e, por outro, que a internacionalização demanda a formulação e avaliação de metas sintonizadas, dentre outros, com as exigências da globalização articuladas às diferentes formas de sua participação no processo.
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