Textualidade, currículo e investigação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2016.2.19711Palavras-chave:
Currículo. Textualidade. Discurso.Resumo
Este artigo é resultado de uma reflexão que focaliza as formas pelas quais se tem incorporado a ideia de texto como o tecido que compõe heterogeneamente múltiplas camadas de leitura, conforme proposto por Derrida, com a apropriação de Ernesto Laclau para pensar o social como texto. O objetivo é explicitar os pressupostos teóricos antirrealistas que sustentam a pesquisa no campo do currículo na perspectiva discursiva, assumindo, com Lopes e Macedo, Laclau e Derrida, que, na textualidade geral, nada pode estabilizar definitivamente a significação. Defende-se que todo esforço por impor um fundamento ao social com a pretensão de suturar a significação está, invariavelmente, fadado ao fracasso. A investigação da e na textualidade é sustentada como potente por abrir às remessas que perturbam o querer de toda objetividade, ao permitir demonstrar a contingência como o que instaura o momento de uma inscrição, de uma interpretação composta pela articulação de diferenças como a reinvindicação de uma presença ausente. Sustenta-se, nessa via, que toda formação discursiva, todo discurso de reparação social, se constitui implicado por uma radical indecidibilidade, jamais eliminada no jogo da significação.
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