Mas o que é infância? – atravessamento de múltiplos olhares na formação de professores
DOI:
https://doi.org/10.15448/1981-2582.2015.2.19601Palavras-chave:
Infâncias. Pedagogia. Discurso. Formação de professores.Resumo
O artigo trata das concepções de infâncias das estudantes de Pedagogia de uma instituição privada de ensino superior da região metropolitana de Porto Alegre. Problematizou-se na pesquisa outros modos de compreender as infâncias na formação de professores. Investigaram-se os deslocamentos e as resistências que atravessaram seus discursos sobre as infâncias, utilizando como metodologia de pesquisa uma bricolagem que faz uso de estratégia de leituras, vídeos, imagens, memórias pessoais, diário das estudantes e análise de suas discursividades para obtenção dos dados. O referencial teórico parte dos estudos de Bujes (2005), Dornelles (2010), Larrosa (2001), Marques (2013), dentre outros. Concluiu-se que os deslocamentos nas concepções de infância das alunas pesquisadas, não se deram de modo uniforme e linear, mas, diferentemente, mostraram avanços e retrocessos em seus modos de conceituar e entender as infâncias que compõem o cotidiano de seu trabalho. Entendeu-se a partir da investigação que é urgente investir “forças” no sentido de interromper o discurso moderno sobre infância no curso de Pedagogia e instigar as estudantes a produzirem “outros” modos de olhar, de pensar e lidar com as múltiplas infâncias que estão por aí.
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