Por uma História Negra

A potência teórica do pensamento de Maria Beatriz Nascimento para a (re)escrita da História

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.15448/2178-3748.2021.1.41033

Palabras clave:

Maria Beatriz Nascimento, Historiografia, Quilombo

Resumen

Para a historiadora Maria Beatriz Nascimento (1942-1995), a historiografia produziu ao longo dos anos uma série de distorções e negligenciamentos sobre os passados das populações negras. Ao (re)escrever a história dos quilombos a autora propôs que essa fosse feita a partir de outras temporalidades, teorias e aspirações, em vista a uma reconciliação das populações negras com os seus passados e com as possibilidades futuras abertas por esse movimento. Contudo, apesar da importância de suas produções para os debates sobre subjetividade negra, raça e historiografia ao longo das décadas de 1970, 1980 e 1990 no Brasil, sua obra e agência pouco figuram na disciplina histórica enquanto uma possibilidade teórica e historiográfica para a escrita da história. Dessa maneira, propomos neste artigo celebrar suas produções, tomando-as como “uma possibilidade nos dias da destruição”. Para isso, temos como enfoque central a concepção de uma epistemologia que privilegia a (re)escrita da história frente a uma perspectiva negra, a fim de evidenciar a potência teórica do pensamento da historiadora para sua área de formação e atuação acadêmica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Maria Lídia de Godoy Pinn, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Mariana, MG, Brasil.

Doutoranda em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Mariana, MG, Brasil. Mestra e graduada em História pela mesma instituição. Integrante do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal de Ouro Preto e membro do Núcleo de Estudos em História da Historiografia e Modernidade.

João Carlos Reis, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Mariana, MG, Brasil.

Mestrando em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Mariana, MG, Brasil. Graduado em História-Licenciatura pela Universidade da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu, PR, Brasil.

Citas

ALMEIDA, Sílvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte, MG: Letramento, 2018.

BARRETO, Raquel. Introdução. In: NASCIMENTO, Maria Beatriz. Beatriz Nascimento, Quilombola e Intelectual: Possibilidades nos dias da destruição. São Paulo: Editora Filhos da África, 2018.

CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005

CARNEIRO, Sueli. Prefácio. In: RATTS, Alex. Eu sou Atlântica: Sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006. p. 11-13.

CUNHA JÚNIOR, Henrique. Quilombo: patrimônio histórico e cultural. Revista Espaço Acadêmico, [S. I.], v. 11, n. 129, p. 158-167, 17 nov. 2011.

DOMINGUES, Petrônio; GOMES, Flávio. Histórias dos quilombos e memórias dos quilombos no Brasil: Revisitando um diálogo ausente na Lei 10.639/2003. Revista da ABPN, Goiânia, v. 5, n. 11, p. 5-28, jul./out. 2013.

FRICKER, Miranda. Epistemic Injustice: Power and the Ethics of Knowing. New York: Oxford University Press, 2007.

KÖSSLING, Karin Sant’Anna. As Lutas Antirracistas de Afrodescendentes sob vigilância do DEOPS/SP (1964- 1983). 2007. Dissertação (Mestrado em História Social) – FFLCH/USP, São Paulo 2007.

MARTINS, Sandra; THEODORO (TOGO IORUBA), Gerson; GOMES, Flávio. Redemocratizando na raça: sobre memórias, intelectuais negros e movimentos sociais contemporâneos (notas de pesquisa). História: Questões & Debates, [S. l.], v. 63, n. 2, p. 195-210, maio 2016. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/historia/article/view/46707. Acesso em: 12 maio 2021.

NASCIMENTO, Beatriz. Beatriz Nascimento, Quilombola e Intelectual: Possibilidades nos dias da destruição. Filhos da África, 2018.

NASCIMENTO, Maria Beatriz. Uma história feita por mãos negras: Relações raciais, quilombos e movimentos. Organização de Alex Ratts. 1. ed. Rio de janeiro: Zahar, 2021.

SILVEIRA, Oliveira. Vinte de novembro: história e conteúdo. In: SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves; SILVÉRIO, Valter Roberto. Educação e ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília: INEP/MEC-Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2003. p. 23-42.

SMITH, Christen; DAVIES, Archie; GOMES, Bethania. “In Front of the World”: Translating Beatriz Nascimento. Antipode, [S. l.], n. 53, 279-316, 2021. https://doi.org/10.1111/anti.12690.

VINHAS, Wagner. Palavras sobre uma historiadora transatlântica: estudo da trajetória intelectual de Maria Beatriz Nascimento. Tese (Doutorado em Estudos Étnicos e Africanos) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

VINHAS, Wagner. Revisitando Maria Beatriz Nascimento: a continuidade histórica entre os sistemas sociais negros do passado e os assentamentos em favelas urbanas e comunidades rurais da atualidade. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/ as (ABPN), [S. l.], v. 10, n. 25, p. 271-293, 2018. Disponível em: http://www.abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/616/544&. Acesso em: 25 maio 2021.

ORÍ. Direção: Raquel Gerber. Fotografia: Hermano Penna, Jorge Bodanzky, Pedro Farkas, Adrian Cooper, Chico Botelho, Cláudio Kahns, Jorge Bodanzky, Raquel Gerber, Waldemar Tomas. Brasil: Angra Filmes Ltda.: Fundação do Cinema Brasileiro, 1989. (91 min), son., color.

PINN, Maria. Beatriz Nascimento e a invisibilidade negra na historiografia brasileira: mecanismos de anulação e silenciamento das práticas acadêmicas e intelectuais. Aedos, Porto Alegre, v. 11, n. 25, p. 140-156, dez. 2019.

PINN, Maria. Tem-se que se tornar visível, porque o rosto de um é o reflexo do outro, o corpo de um é o reflexo do outro: Maria Beatriz Nascimento e a reescrita da história do Brasil. 2021. 100 f. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2021.

RATTS, Alex. Eu sou Atlântica: Sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006.

REIS, Rodrigo F dos. Ôrí e Memória: O pensamento de Beatriz Nascimento. Sankofa, São Paulo, v. 12, n. 23, p. 9-24, 2019. https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2019.169143.

REIS, Rodrigo F. dos. Beatriz Nascimento vive entre nós: pensamentos, narrativas e a emancipação do ser (anos 70/90). 2020. Dissertação (Mestrado em História) –Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

REIS, R. F. dos. Ôrí na perspectiva de gnose liminar. Revista Espaço Acadêmico, [S. I.], v. 20, n. 227, p. 99-110, 2021. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/54011. Acesso em: 23 ago. 2021

REIS, João Carlos. A historiografia e o quilombo na obra de Beatriz Nascimento. 2019. 22 p. Artigo (Trabalho de Conclusão de Curso em História) – Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2019.

REIS, Diego dos Santos. Re-ori-entar: Beatriz Nascimento e Mãe Beata de Yemonjá, historiadoras afro-atlânticas. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), [S. l.], v. 12, n. 34, p. 841-863, 2020. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/899. Acesso em: 2 fev. 2021.

Publicado

2021-09-03

Cómo citar

Pinn, M. L. de G., & Reis, J. C. (2021). Por uma História Negra: A potência teórica do pensamento de Maria Beatriz Nascimento para a (re)escrita da História. Oficina Do Historiador, 14(1), e41033. https://doi.org/10.15448/2178-3748.2021.1.41033

Número

Sección

Dossiê: Mulheres Atlânticas