Da fala à escrita: a monotongação de ditongos decrescentes na escrita de alunos do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental

Autores

  • Pedro Felipe de Lima Henrique Universidade Federal da Paraíba
  • Dermeval da Hora UFPB

Palavras-chave:

Variação Linguística, oralidade e escrita, monotongação.

Resumo

O uso de ditongos decrescente tem sido bastante discutido nas pesquisas de base sociolinguística variacionista em boa parte do Brasil. Os resultados obtidos têm demonstrado que a redução desses ditongos em palavras como “touro”, “eixo”, por exemplo, já é quase categórica, e, em sua maioria, as restrições sociais como sexo, faixa etária e anos de escolarização já não são significativas, o que significa que não são selecionadas pelo programa computacional responsável pelas rodadas, nesse caso o GOLDVARB. Um olhar voltado para a escrita não tem sido tão geral quanto o voltado para o uso oral. Daí nosso interesse em trabalhar essa variável. Nosso objetivo aqui é investigar a interferência da fala na escrita por meio do processo de monotongação dos ditongos [ej] ~ [e] e [ow] ~ [o], em alunos do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública e uma privada na cidade de João Pessoa. Os autores que serviram de suporte teórico para a pesquisa foram Mollica (2000), Bortoni-Ricardo (2004), Almeida e Zavam (2004), Hora (2006), Bisol (1999) e Paiva (1996). Os dados coletados a parir dos testes, elaborados de acordo com as variáveis dependentes estudadas e as variáveis independentes controladas, foram analisados estatisticamente, como já afirmamos anteriormente, por meio do GOLDVARB. Dentre os principais resultados, estão: os alunos do sexo masculino monotongam mais do que os alunos do sexo feminino; a ocorrência da monotongação é menos frequente à medida que o nível de escolarização aumenta; a monotongação do ditongo [ow] é mais produtiva que a do ditongo [ej]; os alunos da escola particular monotongam menos que os alunos da escola pública; e as variantes consoante coronal e consoante palatal antecedentes ao ditongo [ow] são selecionadas como fortes favorecedoras para o apagamento da semivogal dos ditongos.

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Biografia do Autor

Pedro Felipe de Lima Henrique, Universidade Federal da Paraíba

Graduando em Letras Português pela UFPB, bolsita do laboratório de Variação Linguística da Paraíba (VAL-PB) pelo Programa de Bolsas de Iniciação Científica (CNPq).

Dermeval da Hora, UFPB

Professor do Programa de Pós Graduação em Linguística da Universidade Federal da Paraíba. Bolsista de Produtividade do CNPq 1B, desenvolve o Projeto "Monotongação de ditongos orais decrescentes e crescentes: história e realidade linguística". Coordenador da Área de Letras e Linguística da CAPES.

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Publicado

2013-10-14

Como Citar

Henrique, P. F. de L., & da Hora, D. (2013). Da fala à escrita: a monotongação de ditongos decrescentes na escrita de alunos do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Letrônica, 6(1), 108–121. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/letronica/article/view/13405