“Romance sem romance”: o caso de <i>Água Viva</i> de Clarice Lispector
Palabras clave:
Clarice Lispector, <i>Água Viva </i>, Romance moderno, Pintura.Resumen
No século XX, a arte moderna nega o vínculo com o mundo temporal e espacial posto como real e absoluto pelo realismo tradicional e pelo senso comum. Anatol Rosenfeld defende que o romance moderno nasce quando Proust, Joyce, entre outros, começam “a desfazer a ordem cronológica, fundindo passado, presente e futuro” (1973, p. 80). Afirma também que o romance moderno, assim como a pintura, deixou de ser mimético, “recusando a função de reproduzir ou copiar a realidade empírica” (ibidem, p. 76). Segundo ele, o realismo, no sentido mais lato do termo de designar a tendência de reproduzir, de uma forma estilizada ou não, idealizada ou não, a realidade apreendida pelos nossos sentidos, é negado pelo romance moderno, o que o crítico chama de “desrealização”. A eliminação do espaço, ou da ilusão do espaço, na pintura corresponde a da sucessão temporal no romance. Assim, a cronologia e a continuidade temporal foram abaladas. Água Viva , ao contrário de um romance realista, parece fragmentado e/ou desestruturado. Um romance realista apresenta uma história baseada em cronologias, eventos, personagens bem definidos, etc. Porém, este esquema já não é mais possível em Água Viva . O texto de Lispector apresenta as características do romance moderno proposto por Rosenfield (1973), o que pode ser atribuído à intensa relação com a pintura; no entanto, Lispector vai além, e seu texto é caracterizado como “romance sem romance” por Lucia Helena, utilizando a terminologia proposta por Barthes. Resulta dessas considerações a proposta deste trabalho, que não tem por objetivo uma tentativa de classificação do texto de Lispector, mas apresentar um breve estudo a respeito de algumas características do romance moderno propostas por Rosenfield e o caso de Água Viva, a fim de entender como é a representação da realidade no texto Lispectoriano.Descargas
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