As vicissitudes da pseudoatividade na mentalidade industrial de Inácio e Benedito
Uma proposta de leitura do conto Evolução (1884), de Machado de Assis, sob o viés do Materialismo lacaniano
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36789Palabras clave:
Literatura Brasileira, Crítica dialética, Materialismo lacaniano, Patrimonialismo no Segundo Reinado.Resumen
O artigo propõe uma hipótese de leitura da narrativa “Evolução” (1884), do escritor Machado de Assis (1839-1908), a partir do Materialismo lacaniano. Com base, especialmente, na categoria da pseudoatividade, conforme estudada pelo filósofo Slavoj Žižek, focaliza-se os vários níveis entre os sentidos latente e manifesto da perspectiva diegética, no que se refere aos vínculos entre narrador, focalização e personagens, com o objetivo de investigar como os procedimentos artísticos do conto “Evolução” se articulam com processos histórico-sociais do II Reinado. Acredita-se que o fenômeno da pseudoatividade será estratégico para esclarecer aspectos da cooptação política da classe burguesa pelo estamento-burocrático. Para tanto, levou-se em consideração os estudos de Faoro (1984) e de Fernandes (2006) acerca das dificuldades da consolidação de uma identidade da burguesia industrial durante o período do II Reinado. Por conseguinte, pretendeu-se demonstrar que o discurso narrativo forma um esquema estético reflexivo sobre as contradições presentes na formação social brasileira, especialmente o processo modernizador autoritário e desigual do Estado brasileiro.
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