Clínica da voz: reflexões sobre a formação do alunado
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2016.s.22580Palabras clave:
Vozes bakhtinianas, Clínica da voz, Formação de estudantes.Resumen
Na história acadêmico-científica da Fonoaudiologia na área da clínica da voz, destacam-se três diferentes concepções teóricas: um viés mais organicista, uma perspectiva mais psicanalítica e a clínica compreendida pela filosofia bakhtiniana. Analisando trabalhos publicados em periódicos nacionais, constata-se o predomínio de uma memória sócio-organicista no horizonte fonoaudiológico na área da clínica da voz. Questiona-se a partir de quais concepções teóricas, nos dias atuais, os professores que ministram as disciplinas em voz podem estar trabalhando. Nesse sentido, o objetivo principal deste artigo é apresentar aspectos constituintes do processo de formação de um aluno de graduação em Fonoaudiologia ocorridos em um estágio supervisionado na área da clínica da voz. A pesquisa é um recorte de um estudo maior em que se observaram integrantes de um estágio supervisionado na área de voz, durante um semestre letivo, produzindo enunciados em diferentes situações concretas de discurso. Foram filmadas supervisões, atendimentos clínicos e realizadas entrevistas com um grupo de alunas, uma professora e duas pacientes que compuseram um estágio supervisionado em uma instituição de ensino superior. Das gravações e observações realizadas, foram analisados alguns enunciados de uma professora, uma aluna e uma paciente. Observou-se que a estudante, ao compreender a clínica envolvida por uma abordagem com tendências mais organicistas e ao observar o sujeito de forma fragmentada, não em sua complexidade constitutiva, pouco valorizou a escuta das vozes da paciente no processo terapêutico. Pondera-se que a abordagem enunciativa-discursiva bakhtiniana, quando incorporada à formação do aluno, pode ajudá-lo a compreender mais as singularidades e complexidades que envolvem cada processo terapêutico, contribuindo para a realização de atendimentos clínicos e supervisões mais efetivas.
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