A utopia possível
Estela sem Deus de Jeferson Tenório como romance de formação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2023.1.44214Palavras-chave:
Romance de formação, Literatura Juvenil, Bildungsroman, Utopia, Temas FraturantesResumo
Estela sem Deus, obra de Jeferson Tenório, narra a história de Estela, uma menina negra de treze anos, cuja infância não pode ser plena, pois desde cedo precisa lidar com as responsabilidades do mundo do trabalho e da sobrevivência. A trama acompanha o desenvolvimento da personagem, dos treze aos dezesseis anos, durante o final da década 1980 e o início da década de 1990. Discriminação racial, violência de gênero, preconceito social, miséria são alguns dos contornos definidores de sua trajetória. Neste trabalho, propomos uma análise da obra relacionando-a ao conceito de Romance de Formação, o Bildungsroman (MORETTI, 2020; LUKÁCS, 2000, PINTO, 1990), espaço metáfora (GULLÓN, 1980), Utopia (BENTIVOGLIO, 2020), e o Bildungsroman feminino (PINTO, 1990). Nosso objetivo é caracterizar como a personagem passa por uma jornada de transformação durante a narrativa, o que caracterizaria um Bildungsroman. Entretanto, Estela, por ser uma jovem mulher negra, não realiza uma jornada de finalização perfeita, com contornos utópicos, como no romance de formação clássico. A proposta de ler essa história como um romance de formação de uma jovem negra apresenta um potencial de aproximação da obra com jovens leitores, permitindo um diálogo com os contemporâneos estudos de literatura juvenil brasileira.
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