O papel de fronteiras sintáticas e prosódicas na colocação de vírgulas em enquetes
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2022.1.42611Palavras-chave:
vírgula, fonologia, sintaxe, Língua portuguesa, ensino fundamental IIResumo
Esta pesquisa trata de presenças e ausências de vírgulas em esquema duplo em textos do gênero enquete, escritos por alunos do último ano do Ensino Fundamental em uma escola pública paulista. As vírgulas em esquema duplo se caracterizam por serem empregadas nas fronteiras direita e esquerda de uma estrutura que seja sintaticamente encaixada ou deslocada em relação à ordem SVO. Foram feitos o levantamento de presenças e ausências de vírgulas em fronteiras sintáticas e a identificação de fronteiras prosódicas a partir de algoritmos de formação de constituintes. Duas questões guiaram o estudo: a) quando há vírgula, que fronteiras sintática e prosódica podem ser identificadas?; b) quando não há vírgula, que fronteiras sintáticas e prosódicas podem ser identificadas? Constatamos a tendência de a presença (convencional) das vírgulas ser favorecida pela coincidência entre fronteiras sintática e prosódica de sintagma entoacional (IP), especialmente quando presente a função semântico-enunciativa da vírgula, e a ausência (não convencional) de vírgulas ser motivada pela não coincidência entre fronteiras sintática e prosódica. Esses resultados são semelhantes aos descritos em pesquisas que analisaram vírgulas em textos dos gêneros argumentativo e relato, porém foi menor a porcentagem das vírgulas convencionais nos textos de enquete analisados.
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