A estilística como prática de ensino de língua materna

Embates entre as formas gramaticais e a vivacidade da língua criativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2021.s.42467

Palavras-chave:

Pensamento bakhtiniano, Ensino de língua materna, Abordagem estilística, Práticas de análise linguística

Resumo

No contexto escolar de ensino de língua materna, a forma da língua se sobrepõe à estilística. Contudo, uma abordagem estilística das formas gramaticais é possível e, mais do que isso, necessária, na prática educacional. Com o objetivo de compreender como a estilística pode contribuir no processo de (re)nascimento da individualidade linguística do estudante em resposta à hegemonia da impessoalidade da língua, este artigo se constrói pelo cotejamento das propostas de Mikhail Bakhtin (2013) acerca das questões de estilística no ensino de língua e das proposições de João Wanderley Geraldi (1997; 2006) acerca das unidades básicas do ensino de português, especialmente a análise linguística. Para tanto, tratamos de três pontos: 1) a contraposição feita por Bakhtin entre uma análise puramente gramatical e a abordagem estilística de língua materna; 2) cotejamento entre a abordagem estilística proposta por Bakhtin e as proposições de Geraldi acerca das práticas de análise linguística no ensino de língua materna; 3) compreensões acerca da abordagem estilística no ensino de língua materna como resposta à hegemonia da impessoalidade da língua. Este artigo busca atualizar o pensamento bakhtiniano, na medida em que coloca em diálogo as proposições teórico-metodológicas acerca da relação entre aspectos semânticos e estilísticos da língua construídas por Bakhtin – desenvolvidas no contexto do ensino de língua russa no interior do sistema educacional na União Soviética nos anos 1940 – com as práticas de análise linguística como uma das unidades básicas de ensino de língua portuguesa na contemporaneidade. Os dois autores constroem, por meio de proposições teórico-metodológicas de ensino da língua materna, um embate entre um ensino que reconhece e reproduz conceitos e terminologias e um ensino do uso da língua de modo criativo, no sentido de construir, com os estudantes, um olhar para o seu potencial criador de dizer sua própria palavra a partir das escolhas das formas linguísticas.

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Biografia do Autor

Camila Caracelli Scherma, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Chapecó, SC, Brasil.

Doutora em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Carlos, SP, Brasil. Professora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) em Chapecó, SC, Brasil.

Valdemir Miotello, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil.

Doutor em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em Campinas, SP, Brasil. Professor aposentado da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Carlos, SP, Brasil.

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Publicado

2021-12-31

Como Citar

Scherma, C. C., & Miotello, V. (2021). A estilística como prática de ensino de língua materna: Embates entre as formas gramaticais e a vivacidade da língua criativa. Letrônica, 14(sup.), e42467. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2021.s.42467