História e cânone literário

Um pesadelo que aprendemos a repetir. Boca do Inferno e Agosto sob a vigilância de Respiración artificial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36985

Palavras-chave:

Romance histórico, Gênero policial, Vigilância epistemológica

Resumo

O artigo propõe uma leitura contrastante de Boca do Inferno de Ana Miranda e Agosto de Rubem Fonseca como romances históricos que chegam a um fato do passado para intervir no presente imediato através do exercício literário. Para restaurar a inscrição do Brasil na literatura latino-americana, a comparação entre os dois trabalhos baseia-se no apelo à Respiração artificial de Ricardo Piglia, que realiza uma prática semelhante da história e da literatura argentina, apelando também a certos aspectos do gênero policial que são laterais no romance de Miranda e centrais no de Fonseca. A ligação entre romances brasileiros é traçada, então, com base na “vigilância epistemológica” fornecida neste caso pelo texto argentino, que, enquanto controla a comparação, postula um modo de participação do Brasil na ordem latino-americana.

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Biografia do Autor

Marcela Croce, niversidad de Buenos Aires (UBA), Buenos Aires, BA

Doctora en Letras por la Universidad de Buenos Aires, en cuya Facultad de Filosofía y Letras se desempeña como profesora asociada regular y docente de pos-grado, además de dirigir proyectos de investigación acreditados. El último de ellos es el que corresponde a la Historia comparada de las literaturas argentina y brasileña, que produjo seis volúmenes publicados entre 2016 y 2019. Es colaboradora habitual y miembro del consejo académico de revistas internacionales, ade-más de autora de una veintena de libros, los últimos de los cuales son La seducción de lo diverso (2015) y Latinoamérica, ese esquivo objeto de la teoría (2018). Dirección: 25 de Mayo 221 – 5to piso (C 1002 ABE), CABA.

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Publicado

2020-03-24

Como Citar

Croce, M. (2020). História e cânone literário: Um pesadelo que aprendemos a repetir. Boca do Inferno e Agosto sob a vigilância de Respiración artificial. Letrônica, 13(3), e36985. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36985

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