A Periferia na Literatura Brasileira Contemporânea, um Exercício de Alteridade
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.36979Palavras-chave:
Alteridade, Centro, Periferia, Estereótipo, ContemporaneidadeResumo
O artigo analisa formas de tratamento dos temas da realidade mar-ginal/periférica presentes em contos e poema brasileiros contemporâneos, a partir da perspectiva das figuras “ex-cêntricas” da sociedade (HUTCHEON, 1998), silenciadas historicamente, relegadas à margem e que circulam em torno daquele tipo ideal de homem realizado, nomeado como “Senhor Todo Mundo” (LANDOWSKI, 2002). Concebidas frequentemente por imagens estereotípicas (BHABHA, 1999), que possuem efeito de verdade, embora estrábicas e redutoras, tais figuras vivem em um “exílio ontológico” (OUELLET, 2013), que se relaciona à “ausência ou estreitamento de seu espaço de existência ou de seu campo de pertencimento”. Ao se descartarem critérios de ordem de valor, com nítida tendência hierarquizante, rejeitando-se posições dicotômicas, maniqueístas, propõe-se avaliar como a literatura pode promover/ou não o exercício da alteri-dade ao desconstruir/ratificar estereótipos geralmente associados a tais figuras.
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