Uma escutadeira que conta: a memória como construtora de identidade e potencializadora da escrita em Meus Desacontecimentos, de Eliane Brum
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.1.34925Palavras-chave:
Memória. Identidade. Autoficção. Autobiografia.Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar como a autoficção na obra Meus Desacontecimentos, de Eliane Brum, torna-se fundamental na formação e afirmação da identidade da autora como, antes de tudo, escritora. Desta forma, analisa-se o papel tendencioso, precursor e libertário da escrita nas memórias da narradora e a importância disso para lidar com a própria história e superar medos e traumas. Para compreender o papel da recordação dentro do processo identitário, recorre-se aos conceitos já abordados por Paul Ricoeur (2007), Aleida Assmann (2011), Laura Reestrepo (2008), dentre outros. Sendo assim, entende-se que, na obra em análise, a infância é recriada tal qual um palco onde a vida é encenada e seleciona o elenco de influência que deseja reforçar, bem como salienta o protagonismo dado ao ato da escrita dentro do passado e do presente.
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