A igualdade em paradoxo: uma abordagem enunciativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.2.28707

Palavras-chave:

Enunciação, Igualdade, Formação nominal.

Resumo

Este estudo realiza uma análise semântica do termo igualdade. Utilizou-se como fundamento a teoria da enunciação de linha francesa, desenvolvida no Brasil por Guimarães (1995; 2002). A análise tomou como objeto textos jurídicos produzidos por ministros do Supremo Tribunal Federal, nos quais aparecem os usos da palavra igualdade. Os resultados da análise indicam que a significação dessa palavra não está fundamentada na relação “A igual a B”. Esse novo sentido está fundamentado na relação “A deve ser igual a B”. Assim, os ministros justificam a decisão de adotar cotas raciais nos processos de seleção para as universidades, no intuito de transformar em realidade esse novo conceito.

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Biografia do Autor

Luiz Francisco Dias, Universidade Federal de Minas Gerais

Professor Titular da Faculdade de Letras da UFMG. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPQ.

Thalita Nogueira de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais

Mestre em Linguística. Pesquisadora do Núcleo de Estudos da Enunciação (UNUNCIAR) da UFMG.

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Publicado

2018-07-19

Como Citar

Dias, L. F., & Souza, T. N. de. (2018). A igualdade em paradoxo: uma abordagem enunciativa. Letrônica, 11(2), 181–191. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.2.28707