Livros e vidas: atravessando fronteiras em Livro, de José Luís Peixoto, e Biografia involuntária dos amantes, de João Tordo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2017.1.25328Palavras-chave:
Narrativa na primeira pessoa, Fronteiras da ficção, Metalepse, Paradoxo, Indivíduo.Resumo
Ao refletirmos sobre a noção de fronteira em obras de autores portugueses que representam a nova geração de escritores – Livro (2010), de José Luís Peixoto, e Biografia involuntária dos amantes (2014), de João Tordo –, pretendemos pôr em destaque algumas tendências recentes do romance. Verificamos que os limites do texto se expandem, revelando o novo lugar do romance na sociedade e na vida pessoal dos leitores. A hibridez (real/ficção) caracteriza o narrador em textos que renovam profundamente a escrita na primeira pessoa. A nosso ver, a perceção íntima – com caráter profundamente autêntico – do mundo, da sociedade e da história exposta no texto, revela o estatuto inédito do indivíduo na sociedade e representa uma tendência significativa do romance contemporâneo.
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