O jardim sem limites, de Lídia Jorge – ou, por outras palavras, a situação do Portugal pós-25 de abril
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-4301.2016.s.22363Palavras-chave:
Revolução dos cravos, Choque de gerações, Lídia Jorge, O jardim sem limites.Resumo
Este trabalho tem por objetivo pensar o livro O jardim sem limites, da escritora Lídia Jorge, como uma alegoria da situação de Portugal após a Revolução dos Cravos: o microcosmo Casa da Arara, onde os personagens do romance habitam, representaria o macrocosmo Portugal, assim como os habitantes do primeiro e do segundo andar e a tensão entre esses dois níveis, corresponderiam às diferentes gerações que compõem o povo português. Dessa forma, o cotidiano conflituoso em que convivem os moradores mais jovens do segundo piso e os mais velhos do primeiro seria a representação do distanciamento entre uma geração que viveu o salazarismo e que combateu o regime e outra que nasceu após o fim do totalitarismo e que não compreende os sacrifícios realizados pelos primeiros a fim de que todos pudessem usufruir da liberdade. Para tal análise, foram utilizados, como fundamentação teórica, estudos de filósofos que pensam a nação lusa, sua identidade e história, como Eduardo Lourenço, Boaventura de Sousa Santos e Jorge Babo.
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Referências
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