É a filosofia uma ciência?
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2019.2.32723Palavras-chave:
natureza da filosofia. pensamento recursivo. metafilosofia. universalidade do conteúdo da filosofia. metodologia filosófica. concepção “genitivista” da filosofia. ciências da culturaResumo
Para tratar da questão da cientificidade da filosofia, é preciso primeiro perguntar sobre a natureza da filosofia. Primeiro descobrimos que filosofar é um modo recursivo de pensar, e nisso é análogo à matemática: a filosofia contém a metafilosofia. Segundo, que o esquema geral das questões filosóficas é: “O que é o X?”. Isso, no entanto, não nos diz muito, porque a história da filosofia nos mostra que a variável X pode ser substituída por praticamente qualquer coisa. E, então, é difícil argumentar que uma disciplina que pode tratar de qualquer coisa tem um caráter científico. Por causa de seu conteúdo, parece que a filosofia não pode ser considerada como uma disciplina científica. Do ponto de vista metodológico, entretanto, o resultado de nossa reflexão é diferente: a característica de qualquer disciplina científica é que ela procede de forma rigorosa e intersubjetivamente controlável. A (boa) filosofia satisfaz ambos requisitos metodológicos. Mas, além disso, há uma maneira de entender a atividade filosófica que também pelo seu conteúdo pode ser considerada científica: a concepção genitivista da filosofia. Segundo ela, o termo “filosofia” deve sempre ser acompanhado por um genitivo que denote algum tipo de produto cultural humano (linguagem, ciência, religião, moral etc.). Sob essa interpretação, a filosofia seria então uma das ciências da cultura e, portanto, uma ciência em si.Downloads
Referências
MOULINES, C.U. “¿Es la filosofía una ciencia?”, Ágora - Papeles de Filosofía, Santiago de Compostela, v. 28, n. 2 (2009), p. 21-36. ISSN 2174-3347. © Universidade de Santiago de Compostela, 2009. Direitos reservados.
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