Os referentes de nomes próprios têm propriedades sortais essenciais?
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-6746.2022.1.40327Palavras-chave:
Nomes próprios, Essencialismo sortal, Referência direta, Produtores, MetonímiaResumo
De acordo com a visão padrão, a teoria da referência direta e o essencialismo são independentes. Jubien (2009), no entanto, afirma que aplicamos nomes próprios a objetos com propriedades sortais essenciais (que ele chama de “categorias”) e deixamos de aplicá-los se os objetos perderem estas propriedades. O objetivo deste artigo é defender esta tese. Em primeiro lugar, argumentarei que nomes próprios são geralmente usados para se referir a objetos que possuem tipos de propriedades sortais socialmente relevantes. A comunidade linguística determina através da divisão do trabalho linguístico a propriedade sortal relevante do referente. Em seguida, apresentarei uma defesa contra as objeções de contraexemplos plausíveis em duas etapas. Em primeiro lugar, mostrando que, em muitos casos, a mudança de propriedade sortal é apenas aparente. Em segundo lugar, descreverei o mecanismo da metonímia, que explica por que usamos nomes homônimos para objetos diferentes, contudo, contíguos. Finalmente, empregarei uma modificação do Princípio do Benefício da Dúvida de Putnam para lidar com o problema do erro radical, isto é, casos em que a comunidade linguística está inteiramente enganada com respeito à propriedade sortal do referente. Os resultados lançam luz sobre o esquema conceitual mais profundo subjacente às nossas práticas de nomeação na linguagem comum.
Downloads
Referências
CHATEAUBRIAND, Oswaldo. Logical Forms Part I: truth and description. Campinas: UNICAMP: Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, 2001.
DEVITT, Michael. Designation. New York: Columbia University Press, 1981. DOI: https://doi.org/10.7312/devi90836
EVANS, Gareth. The Casual Theory of Names. In: EVANS, Gareth. Collected Papers. Oxford: Clarendon Press, 1985. p. 1-25.
EVANS, Gareth. The Varieties of Reference. Oxford: Oxford University Press, 1982.
FREGE, Gottlob. Über Sinn und Bedeutung. In: PATZIG, G. (ed.). Funktion, Begriff, Bedeutung. Fünf Logische Studien. 7. ed. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 2007. p. 40-65.
GRANDY, Richard; FREUD, Max. Sortals. In: ZALTA, E. N. (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. [S. l.]: Stanford University, Winter 2020. Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/win2020/entries/sortals. Acesso em: 21 fev. 2021.
IMAGUIRE, Guido. De dicto, de Re et de Proprietatibus rerum. Analytica, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1-2, p. 166-180, 2012.
JUBIEN, Michael. Possibility. Oxford: Clarendon Press, 2009. DOI: https://doi.org/10.1093/acprof:osobl/9780199232789.001.0001
KANT, I. Kritik der reinen Vernunft. Editado por J. Timmermann. Hamburg: Meiner, 1998. DOI: https://doi.org/10.28937/978-3-7873-2112-4
KAPLAN, David. Demonstratives. In: ALMONG, J.; PERRY, J.; WETTSTEIN, H. (ed.). Themes from Kaplan. Oxford: Oxford University Press, 1989a. p. 481-564.
KAPLAN, David. Afterthoughts. In: ALMONG, J.; PERRY, J.; WETTSTN, H. (ed.). Themes from Kaplan. Oxford: Oxford University Press, 1989b. p. 565-614.
KORMAN, Daniel, Z. Ordinary Objects. In: ZALTA, E. N. (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. [S. l.]: Stanford University, Fall Edition 2020. Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/fall2020/entries/ordinary-objects. Acesso em: 20 fev. 2021.
KRIPKE, Saul. Naming and Necessity. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1972. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-010-2557-7_9
KRIPKE, Saul. Identity and Necessity. In: MUNITZ, M. K. (ed.). Identity and Individuation. New York: New York University Press, 1971. p. 135-164.
LAPORTE, Joseph. Rigid Designators. In: ZALTA, E., N. (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. [S. l.]: Stanford University, Spring 2018. Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/spr2018/entries/rigid-designators. Acesso em: 3 dez. 2020.
MARTI, Genoveva. The question of rigidity in new theories of reference. Nous, [S. l.], v. 37, p.161-179, 2003. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2982.2005.00688.x-i1
MICHAELSON, Eliot; REIMER, Marga. Reference. In: ZALTA, E., N. (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. [S. l.]: Stanford University, Spring 2019. Disponível em: https://plato.stanford.edu/archives/spr2019/entries/reference. Acesso em: 27 out. 2020.
MOTLOCH, Martin. Essência. In: BRANQUINHO, J.; SANTOS, R. (ed.) Compêndio em Linha de Problemas de Filosofia Analítica. Lisboa: Alameda da Universidade, [2014]. Disponível em: http://compendioemlinha.letras.ulisboa.pt/wp-content/uploads/2015/07/motloch_2014_essencia.pdf. Acesso em: 14 fev. 2021. DOI: https://doi.org/10.51427/cfi.2021.0027
PASSINGHAM, Richard. Cognitive Neuroscience: a very short introduction. Oxford: Oxford University Press, 2016. DOI: https://doi.org/10.1093/actrade/9780198786221.001.0001
PUTNAM, Hilary. Mind, Language and Reality: philosophical papers. Cambridge, Mass: Cambridge University Press, 1975a. v. 2. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511625251
PUTNAM, Hilary. The Meaning of ‘Meaning. In: PUTNAM, Hilary. Mind, Language and Reality: philosophical papers. Cambridge: Cambridge University Press, 1975b. v. 2, p. 215-271. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511625251.014
PUTNAM, Hilary. Language and Reality. In: PUTNAM, Hilary. Mind, Language and Reality: philosophical papers. Cambridge: Cambridge University Press, 1975c. v. 2, p. 272-290. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511625251.015
QUINE, W.V. Word and Object. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1960.
WIGGINS, D. Sameness and Substance renewed. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511612756
WITTGENSTEIN, Ludwig. Philosophische Untersuchungen. Editado por Joachim Schulte. Frankfurt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 2001.
ZIFF, Paul. Semantic analysis. Cornell: Cornell University Press, 1960.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Veritas (Porto Alegre)
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Veritas implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Veritas como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada. Copyright: © 2006-2020 EDIPUCRS