Perfil de força de preensão manual em pacientes idosos com câncer de próstata

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2020.1.35399

Palavras-chave:

idoso, força da mão, câncer de próstata

Resumo

Objetivo: analisar o perfil de Força de Preensão Manual em pacientes idosos com câncer de próstata, atendidos em instituição hospitalar filantrópica do Recife.
Métodos: estudo transversal com análise de dados secundários, coletados no Ambulatório de Oncogeriatria do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, utilizando uma amostra por conveniência com uma amostragem de 72 idosos. A análise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico STATA 12. O teste de Kolmogorov-Smirnov foi aplicado a variáveis numéricas para se determinar a normalidade da amostra. Em caso de não normalidade, foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Adotou-se o nível de significância de 0,05%.
Resultados: observou-se uma Força de Preensão Manual reduzida nos pacientes com estadiamento de uma doença mais avançada quando comparado a outros estágios mais localizados ou clinicamente melhores (estadiamento I: 27,78 vs. estadiamento IV: 27,20 no braço dominante (p=0, 340)/ estadiamento I: 27,33 vs. estadiamento IV: 24,13 no braço não dominante) sendo esse resultado melhor reproduzido na mão não dominante (p=0,090). Por meio da análise das comorbidades (hipertensão, diabetes, cardiomiopatia e osteoartrite) em relação à mão dominante e não dominante, não foram verificadas diferenças significativas na Força de Preensão Manual na presença ou ausência das comorbidades analisadas tanto na mão dominante quanto da não dominante (p=0,189 vs.p=0,437).
Conclusões: o estudo trouxe subsídios relevantes sobre a importância da Força de Preensão Manual como um importante parâmetro geral para força e um indicativo de saúde, principalmente quando analisados em idosos com câncer, onde afeta significativamente sua função física e neuromuscular, incluindo atrofia muscular, diminuição da força muscular e diminuição do desempenho funcional em atividades diárias, comprometendo significativamente a qualidade de vida e seu prognóstico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Caetano de Azevedo Tavares, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Especialista em Cuidados Paliativos pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP, Recife, PE, Brasil). Mestre em Gerontologia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, Recife, PE, Brasil), residente do programa multiprofissional em saúde mental da Universidade de Pernambuco (UPE, Recife, PE, Brasil).

Breno Augusto Bormann Souza Filho, Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. Rio de Janeiro, RJ/Academia Paralímpica Brasileira - APB/CPB, São Paulo, SP

Pesquisador da Academia Paralímpica Brasileira (APB, São Paulo,SP, Brasil). Doutorando em Epidemiologia em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (ENSP, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).

Humberto de Moura Barbosa, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Doutorando em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, Recife, PE, Brasil).

Isabel Cristina Sibalde Vanderley, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Especialista em Saúde do Idoso pelo pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP, Recife, PE, Brasil). Mestra em Enfermagem pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, Recife, PE, Brasil), enfermeira do ambulatório de oncologia adulto do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP, Recife, PE, Brasil).

Referências

World Health Organization. World Cancer Report, 2008. International Agency for Research on Cancer. Lyon: WHO; 2009.

Instituto Nacional do Câncer José Alencar da Silva. Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2014.

Instituto Nacional do Câncer José Alencar da Silva. Estimativa 2016: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015.

Paiva EP, Motta MCS, Griep RH. Conhecimentos, atitudes e práticas acerca da detecção do câncer de próstata. Acta paul. Enferm. 2010;2(1):88-93. https://doi.org/10.1590/S0103-21002010000100014.

Magbanua MJ, Richman EL, Sosa EV, Jones LW, Simko J, Shinohara K, et al. Physical activity and prostate gene expression in men with low-risk prostate cancer. Cancer Causes Control. 2014;25(4):515-523. https://doi.org/10.1007/s10552-014-0354-x.

Dini, LI, Koff WJ. Perfil do câncer de próstata no hospital de clínicas de Porto Alegre. Rev.Assoc. Med.Bras. 2006;52(1):28-31. https://doi.org/10.1590/S0104-42302006000100018.

Dias JA, Ovando AC, Külkamp W, et al. Força de preensão palmar: métodos de avaliação e fatores que influenciam a medida. Rev Bras Cineantropom- Desempenho Hum. 2010;12(3):209-16. https://doi.org/10.5007/1980-0037.2010v12n3p209.

Sasaki H, Kasagi F, Yamada M, et al. Grip strength predicts cause-specific mortality in middle-aged and elderly persons. Am J. Med. 2007;12(4):337-42. https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2006.04.018.

Arroyo P, Lera L, Sánchez H, et al.Anthropometry, body composition and functional limitations in the elderly. Rev Méd Chile.Chile. 2007;135(7):846-54. https://doi.org/10.4067/S0034-98872007000700004.

Kauffman TL. Manual de Reabilitação Geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001.

Rogatto GP. Força isométrica máxima de indivíduos fisicamente ativos: influência do envelhecimento e do sexo. Acta paul. Enferm. 2003;9(67):1-5.

Soyupek F, Soyupek S, Perk H et al. Androgen deprivation therapy for prostate cancer: effects on hand function. Urol Oncol. 2008;26(2):141-46. https://doi.org/10.1016/j.urolonc.2006.12.014.

Burden ST, Hill J, Shaffer JL et al. Nutritional status of preoperative colorectal cancer patients. J Hum Nutr Diet. 2010;23(4):402-07. https://doi.org/10.1111/j.1365-277X.2010.01070.x.

Harrington S, Padua D, Battaglini C et al. Comparison of shoulder flexibility, strength, and function between breast cancer survivors and healthy participants. J Cancer Surviv. 2011;5(2):167–74. https://doi.org/10.1007/s11764-010-0168-0.

Ness KK, Jones KE, Smith WA et al. Chemotherapy- related neuropathic symptoms and functional impairment in adult survivors of extracranial solid tumors of childhood: results from the St. Jude Lifetime Cohort Study. Arch Phys Med Rehabil. 2013;94(8): 451–57. https://doi.org/10.1016/j.apmr.2013.03.009.

Bohannon RW, Peolsson A, Massy-westropp N, Desrosiers J, Bear-lehman J. Reference values for adult grip strength measured with a jamar dynamometer: a descriptive meta-analysis. Physiotherapy. 2006; 92:11- 15. https://doi.org/10.1016/j.physio.2005.05.003.

American Joint Committee on Cancer (AJCC). Cancer staging manual. Prostate Cancer Staging. 7th ed. USA: AJCC; 2011.

Araújo RM, Affonso R, Silva JL, et al. Adenocarcinoma prostático: análise clínica e epidemiológica. Rev Soc Bras Clin Med. 2017;15(3):178-82.

Nardi AC, Reis RB, ZequiSC,etal.Comparison of the epidemiologic features and patterns of initial care for prostate cancer between public and private institutions: a survey by the Brazilian Society of Urology. Int. Braz J Urol.2012;38(2):150-61. https://doi.org/10.1590/S1677-55382012000200003.

Gomes R, Nascimento EF, Rebello LEFS,et al. As arranhaduras da masculinidade: uma discussão sobre o toque retal como medida de prevenção do câncer prostático. Ciênc. saúde coletiva. 2008;13(6):1975-84. https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000600033.

Gonçalves IR, Padovani C, Popim RC. Caracterização epidemiológica e demográfica de homens com câncer de próstata. Ciênc. Saúde Coletiva. 2008;13(4)1337-42. https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000400031.

Andrade FP, Muniz RM, Celmira L, et al. Perfil sociodemográfico e econômico dos sobreviventes ao câncer segundo o grau de resiliência. TextoContexto Enfermagem. 2013;22 (2):476-84. https://doi.org/10.1590/S0104-07072013000200025.

Palermo PU, Kuehn BM. Veterans health system cited by experts as a model for patient-centered care. JAMA. 2012;307(5):442-3. https://doi.org/10.1001/jama.2012.47.

Como JM. Spiritual practice: a literature review related to spiritual health and health outcomes. Holistic Nurs Pract. 2007;21(5):224–36. https://doi.org/10.1097/01.HNP.0000287986.17344.02.

Mesquita AC, Chaves ECL, Avelino CCV,etal.The use of religious/spiritual coping among patients with cancer undergoing chemotherapy treatment. Rev Latino-Am Enfermagem. 2013;21(2):539-45. https://doi.org/10.1590/S0104-11692013000200010.

Fernandes MV, Martins JT, Cardelli AAM, et al. Perfil epidemiológico do homem com câncer de próstata atendido em um hospital universitário. Cogitare Enferm. 2014;19(2):333-40. https://doi.org/10.5380/ce.v19i2.31540.

Ho T, Lauren E, Vidal AC. Smoking and risk of lowand high-grade prostate cancer: results from the reduce study. Clin Cancer Res. 2014;20(20):5331-38. https://doi.org/10.1158/1078-0432.CCR-13-2394.

Islami F, Moreira DM, BoffettaP,et al. A systematic review and meta-analysis of tobacco use and prostate cancer mortality and incidence in prospective cohort studies. Eur Urol. 2014;66(6):1054–64. https://doi.org/10.1016/j.eururo.2014.08.059.

Gong Z, Kristal AR, Schenk JM, et al. Alcohol consumption, finasteride, and prostate cancer risk: results from the prostate cancer prevention trial. American Cancer Society. 2009;11 (16):3661–69. https://doi.org/10.1002/cncr.24423.

Berglund A, Garmo H, TishelmanC,et al. Comorbidity, Treatment and Mortality: A Population Based Cohort Study of Prostate Cancer in PCBaSe Sweden. J Urol. 2011;185 (3):833-40. https://doi.org/10.1016/j.juro.2010.10.061.

Nieder C, Dalhaug A, PawinskiA,etal.Comorbidity, Use of Common Medications, and Risk of Early Death in Patients with Localized or Locally Advanced Prostate Cancer. Scientific World Journal. 2011;11:1178-86. https://doi.org/10.1100/tsw.2011.121.

Piantino CB, Ribeiro MC, Morais PDG,et al.Perfil clínico-epidemiológico do câncer de próstata em um hospital de referência em Passos, Minas Gerais. Ciência et Praxis. 2014;7(14):35-8.

Braga SFM, Souza MC, Oliveira RR, et al. Sobrevida e risco de óbito de pacientes após tratamento de câncer de próstata no SUS. Rev Saude Pública. 2017;51: 46-55.

Bites APJ, Oliveira TR, Fortes RC. Perfil antropométrico de pacientes com câncer colorretal. J Health Sci Inst. 2012;30(4): 382-86.

Benton M.J, Schlairet MC, Gibson DR. Change in quality of life among breast cancer survivors after resistance training: is there an effect of age? J Aging and physical activity. 2013;22(2):178-85. https://doi.org/10.1123/japa.2012-0227.

Rossi, A. Envelhecimento do Sistema Osteoarticular. Einstein. 2008;6: 7-12.

Cunha FCM, Cintra MTG, Cunha LCM, et al. Fatores que predispõem ao declínio funcional em idosos hospitalizados. Rev. Bras. Geriatria e Gerontologia. 2009;12(3):475-87. https://doi.org/10.1590/1809-9823.2009.00013.

Cheung CL, Nguyen US, Au E, et al. Association of handgrip strength with chronic diseases and multimorbidity: A cross-sectional study.Age. 2013;35(3):929-91. https://doi.org/10.1007/s11357-012-9385-y.

Stenholm S, Tiainen K, Rantanen, et al. Long-term determinants of muscle strength decline: Prospective evidence from the 22-year mini-Finland follow-up survey. J Am Geriatr Soc. 2012;60(1):77-85. https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.2011.03779.x.

Lenk K, Schuler G, Adams V. Skeletal muscle wasting in cachexia and sarcopenia: Molecular pathophysiology and impact of exercise training. J Cachexia Sarcopenia Muscle. 2010;1(1):9-21. https://doi.org/10.1007/s13539-010-0007-1.

Alemán H, Esparza J, Ramirez FA, et al. Longitudinal evidence on the association between interleikin- 6 and C-reative protein with the loss of total appendicular skeletal muscle in freeliving older men and women. Age and Aging. 2011;40(4): 469-75. https://doi.org/10.1093/ageing/afr040.

Sayer AA, Dennison EM, Syddall HE, et al. Type 2 diabetes, muscle strength, and impaired physical function: the tip of the iceberg? Diabetes Care. 2005; 28(10):2541-2. https://doi.org/10.2337/diacare.28.10.2541.

Helander I, Westerblad H, Katz A. Effects of glucose on contractile function, [Ca2+]i, and glycogen in isolated mouse skeletal muscle. Am J Physiol Cell Physiol. 2002;282(6):1306-12. https://doi.org/10.1152/ajpcell.00490.2001.

Yoon JH, So WY. Associations of hypertension status with physical fitness variables in Korean women. Iran J Public Health. 2013;42(7):673-80.

Cavazzotto TG, Tratis L, Ferreira SA, et al. Muscular static strength test performance: comparison between normotensive and hypertensive workers. Rev Assoc Med Bras. 2012;58 (5):574-79. https://doi.org/10.1016/S0104-4230(12)70252-X.

Häkkinen A, Kautiainen H, Hannonen P, et al. Muscle strength, pain, and disease activity explain individual subdimensions of the Health Assessment Questionnaire disability index, especially in women with rheumatoid arthritis. Ann Rheum Dis. 2006;65(1):30-4. https://doi.org/10.1136/ard.2004.034769.

Downloads

Publicado

2020-07-15

Como Citar

Tavares, M. C. de A., Souza Filho, B. A. B., Barbosa, H. de M., & Vanderley, I. C. S. (2020). Perfil de força de preensão manual em pacientes idosos com câncer de próstata. Scientia Medica, 30(1), e35399. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2020.1.35399

Edição

Seção

Artigos Originais