Depressão pós-parto em mães de bebês sem e com fissuras labiais, palatinas e labiopalatinas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2022.1.38506

Palavras-chave:

depressão pós-parto, relações mãe-criança, fissura labial, fissura palatal

Resumo

Depressão pós-parto (DPP) é um transtorno que afeta a saúde da mulher e a qualidade da relação mãe-bebê. Este estudo comparou a DPP de mães de bebês sem e com fissuras labiais, palatinas e labiopalatinas, e identificou as variáveis preditoras da DPP considerando a amostra como um todo. Participaram 120 mães, sendo 60 de bebês com fissuras e 60 de bebês sem condição de risco. Para a coleta foram utilizados: protocolo de entrevista e Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EDPE). Resultados apontaram maior incidência de DPP em mães de bebês sem fissura (30%) do que em mães de bebês com fissura (20%). Porém, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos. As variáveis que explicaram a ocorrência de DPP foram: menor escolaridade materna, menor número de filhos, ausência de fissura no bebê, maior idade do bebê, e menor condição socioeconômica.

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Biografia do Autor

Mário Augusto Tombolato, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil e University College London (UCL), Londres, Reino Unido.

Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, SP, Brasil; mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), em Bauru, SP, Brasil; especialista em Psicologia Clínica e Hospitalar pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP), em Bauru, SP, Brasil. Pós-doutorando do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo, Brasil e da Thomas Coram Research Unit da University College London (UCL), em Londres, Reino Unido. 

Bárbara Camila de Campos, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru, SP, Brasil.

Doutora e mestra em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), em Bauru, SP, Brasil. Psicóloga clínica em consultório particular.

Taís Chiodelli, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados, MS, Brasil.

Doutora e mestra em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), em Bauru, SP, Brasil. Docente do Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), em Dourados, MS, Brasil.

Olga Maria Piazentin Rolim Rodrigues, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru, SP, Brasil.

Livre-docente em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), em Bauru, SP, Brasil. Docente do Departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), em Bauru, SP, Brasil.

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Publicado

2022-10-21

Como Citar

Tombolato, M. A., Campos, B. C. de, Chiodelli, T., & Rodrigues, O. M. P. R. (2022). Depressão pós-parto em mães de bebês sem e com fissuras labiais, palatinas e labiopalatinas. Psico, 53(1), e38506. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2022.1.38506

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