Queridas, mas nem tanto: a representação da travestilidade em Queridos Amigos

Autores

  • Leandro Colling Universidade Federal da Bahia
  • Tess Chamusca Pirajá Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2011.2.9472

Palavras-chave:

Representação, travestilidades, teoria queer

Resumo

A atual predominância de gays, lésbicas e trans discretas e respeitáveis na ficção televisiva produzida pela Rede Globo significa um avanço para as representações midiáticas de sexualidades dissidentes? Neste trabalho, propomos uma discussão sobre tal temática a partir da investigação da minissérie Queridos amigos (2008), exibida pela TV Globo entre fevereiro e março de 2008. Em destaque, através da análise de normas de gênero e sexualidade evocadas na obra, problematizamos a representação de duas personagens travestis. Para tal, nos baseamos em uma concepção pós-estruturalista de representação e na teoria Queer.

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Biografia do Autor

Leandro Colling, Universidade Federal da Bahia

Professor no Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia.

Tess Chamusca Pirajá, Universidade Federal da Bahia

Mestranda no Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia.

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Como Citar

Colling, L., & Pirajá, T. C. (2011). Queridas, mas nem tanto: a representação da travestilidade em Queridos Amigos. Revista FAMECOS, 18(2), 507–528. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2011.2.9472