“O artista invasor” e os códigos do jornalismo cultural

Autores

  • Geísa Mattos Universidade Federal do Ceará
  • Nardélia Martins Universidade de Fortaleza

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2011.2.9467

Palavras-chave:

Jornalismo cultural, arte contemporânea, rotinas jornalísticas

Resumo

O presente artigo tem o objetivo de apontar perspectivas para o entendimento de como o fictício artista japonês Souzousareta Geijutsuka ganhou vida nos dois principais jornais de Fortaleza (CE). Inicia-se com uma discussão acerca do papel do release nas rotinas jornalísticas atuais. Analisa a linguagem e a estrutura deste release a fim de buscar desvendar os elementos que contribuíram para que uma invenção fosse lida como verdade pelos jornalistas que receberam e publicaram a informação com destaque nos cadernos de cultura. A partir deste foco se procura compreender os códigos do jornalismo cultural e os papéis desempenhados pelos diversos agentes que contribuem nos processos de legitimação dos sentidos da arte na contemporaneidade. O trabalho é referido, em termos teóricos, às reflexões de Pierre Bourdieu sobre estrutura e funcionamento do campo artístico, autor que teria inspirado também Yuri Firmeza na sua iniciativa.

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Biografia do Autor

Geísa Mattos, Universidade Federal do Ceará

Professora no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará.

Nardélia Martins, Universidade de Fortaleza

Pós-graduanda em Assessoria de Comunicação na Universidade de Fortaleza.

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Como Citar

Mattos, G., & Martins, N. (2011). “O artista invasor” e os códigos do jornalismo cultural. Revista FAMECOS, 18(2), 408–430. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2011.2.9467