Comunicação interna como encruzilhada biopolítica

historicidades, latência e melancolia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2022.1.43025

Palavras-chave:

comunicação interna, biopolítica, historicidades, abordagem afetiva

Resumo

Este texto, de caráter ensaístico e imbuído de uma abordagem afetiva, busca narrar a comunicação interna como um conjunto de interações vinculadas de modo imediato à gestão organizacional e atravessado pela materialização da ideologia do progresso, nos ambientes relacionais das organizações modernas. A partir disso, o texto vislumbra a comunicação interna como encruzilhada biopolítica, tonalizada pela intensificação de passados (historicidades), por diferenças desatualizadas (latências) e por atmosferas de melancolia, frente a futuros falidos e a emergências furtivas de uma biopotência.

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Biografia do Autor

Rennan Lanna Martins Mafra, Universidade Federal de Viçosa (UFV), Viçosa, MG, Brasil.

Doutor em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, MG, Brasil; com pós-doutorado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Mariana, MG, Brasil; mestre em Comunicação Social pela UFMG. Professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, MG, Brasil. Pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Juiz de Fora, MG, Brasil.



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Publicado

2023-10-31

Como Citar

Mafra, R. L. M. (2023). Comunicação interna como encruzilhada biopolítica: historicidades, latência e melancolia. Revista FAMECOS, 30(1), e43025. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2022.1.43025

Edição

Seção

Relações Públicas