O que é circulação na comunicação? Dimensões epistemológicas
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3729.2020.1.35881Palavras-chave:
Circulação, Comunicação, EpistemologiaResumo
O artigo apresenta a perspectiva da circulação como um lugar epistemológico de onde se olha a comunicação, encarada como articulação de saberes. A partir da teorização sobre como apreender a circulação em perspectiva comunicacional, o texto debate três dimensões distintas e complementares da circulação como possibilidades para as teorias da comunicação: a) perspectiva semiodiscursiva, envolvendo análise do discurso e semiótica; b) estudos culturais; c) circulação comunicacional do capital, sendo essa entendida como um ponto-cego na área. Na articulação entre “circulação de sentidos” e “circulação do capital”, apresentam-se potências teórico-metodológicas para o conceito no campo da comunicação, envolvendo lutas por circulação e disputas de sentidos.
Downloads
Referências
ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão. São Paulo: Boitempo, 2018.
BACCEGA, Maria Aparecida. Palavra e discurso. São Paulo: Ática, 1995.
BEER, David. Metric Power. Londres: Palgrave, 2016. https://doi.org/10.1057/978-1-137-55649-3.
BOURDIEU, Pierre. Meditações pascalianas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
BRAGA, José Luiz. A sociedade enfrenta sua mídia. São Paulo: Paulus, 2006.
BRAGA, José Luiz. Circuitos versus campos sociais. In: MATTOS, Maria Angela; JACKS, Nilda; JANOTTI Jr, Jeder. Mediação & Midiatização. Salvador: UFBA, 2012. p. 31-52.
BROWN, Wendy. El pueblo sin atributos. Barcelona: Malpaso, 2016.
CAMMAERTS, Bart. The circulation of anti-austerity protest. London: Palgrave, 2018. https://doi.org/10.1007/978-3-319-70123-3.
CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mídias. São Paulo: Contexto, 2006.
CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Dicionário de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2004.
COULDRY, Nick. Inside Culture. London: Sage, 2000. https://doi.org/10.4135/9781849209267.
COULDRY, Nick. Media: why it matters. Londres: Polity, 2019.
COULDRY, Nick; HEPP, Andreas. The mediated construction of reality. Londres: Polity Press, 2017.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo. São Paulo: Boitempo, 2016.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. Comum. São Paulo: Boitempo, 2017.
DEAN, Jodi. Communicative Capitalism: circulation and the foreclosure of politics. In: BOLER, Megan (org.). Digital Media and Democracy. Londres: MIT Press, 2008. p. 101-122
DE PEUTER, Greig; DYER-WITHEFORD, Nick. Commons and cooperatives. Affinities: A Journal of Radical Theory, Culture, and Action, Kington (CA), v. 4, n. 1, p. 30-56, 2010.
DU GAY, Paul; HALL, Stuart et al. Doing Cultural Studies: the story of the Sony Walkman. Londres: The Open University/Sage, 1997.
DU GAY, Paul; MADSEN, Ander. Introduction to the second edition. In: DU GAY, Paul; HALL, Stuart et al. Doing Cultural Studies: the story of the Sony Walkman. 2.a ed. London: Sage, 2013. p. [1-40].
FAUSTO NETO, Antônio. A circulação além das bordas. In: FAUSTO NETO, Antonio; VALDETTARO, Sandra (org.). Mediatización, sociedad y sentido. Rosário: Departamento de Comunicación - UNR, 2010. p. 2-17.
FAUSTO NETO, Antônio. Nos limites da mediação: “Que Brasil você quer para o futuro?”, “Quero o Brasil do presente”. In: 27º Encontro Anual da Compós, 2018, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: PUC-MG, 2018. v. 1. p. 1-12.
FAUSTO NETO, Antônio; SGORLA, Fabiane. A travessia de Fátima Bernardes: “estamos órfãos: o JN não tem mais sentido”. In: OLIVEIRA, Ivone; MARCHIORI, Marlene (org,). Comunicação, discurso, organizações. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2013. p. 195-212.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
FRANÇA, Vera. Paradigmas da comunicação: conhecer o quê? Ciberlegenda, [s. l.], n. 5, p. [1-19], 2001.
FUCHS, Christian. Reading Marx in the Information Age. Nova York: Routledge, 2015. https://doi.org/10.4324/9781315669564.
GROHMANN, Rafael. Os rastros digitais na circulação de sentidos: pela desnaturalização e contextualização de dados na pesquisa em comunicação. Galáxia, São Paulo, n. 42, p.150-163, 2019. https://doi.org/10.1590/1982-25532019340183.
GROHMANN, Rafael. Plataformização do trabalho: entre dataficação, financeirização e racionalidade neoliberal. Revista Eptic, São Cristóvão, SE, v. 21, n. 1, p. 106-122, 2020.
GROHMANN, Rafael; QIU, Jack. Contextualizando o trabalho em plataformas. Contracampo: Brazilian Journal of Communication, Niterói, RJ, v. 39, n. 1, p. [1-10], 2020. https://doi.org/10.22409/contracampo.v39i1.42260.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
HARVEY, David. A Loucura da razão econômica. São Paulo: Boitempo, 2018.
JOHNSON, Richard. O que é, afinal, estudos culturais? In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.) O que é, afinal, estudos culturais? Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
JOHNSON, Richard et al. The Practice of Cultural Studies. Londres: Sage, 2004.
LEE, Benjamin; LiPUMA, Edward. Cultures of Circulation: the imaginations of modernity. Public Culture, Chicago, Ill., US, v. 14, n. 1, p. 191-213, 2002. https://doi.org/10.1215/08992363-14-1-191.
LIVINGSTONE, Sonia. Audiences in a Age of Datafication: critical questions for media research. Television & New Media. [s. l.], v. 20, n. 2, p. 170–183, 2018. https://doi.org/10.1177/1527476418811118.
MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011.
MARX, Karl. O Capital: Livro I. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, Karl. O Capital: Livro II. São Paulo: Boitempo, 2014.
MORLEY, David. Comunicação e Transporte: a mobilidade de informação, de pessoas e de mercadorias. Eco-Pós, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 10-38, 2017. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v20i3.14471.
MOSCO, Vincent. To the cloud. Londres: Routledge, 2014. https://doi.org/10.4324/9781315631554.
MURDOCK, Graham. Media Materialties: for a moral economy of machines. Journal of Communication, New York, US, v. 68, n. 2, p. 359-368, 2018. https://doi.org/10.1093/joc/jqx023.
PAVEAU, Marie Anne; ROSIER, Laurence. Le discours des objets: pratiques et techniques de circulation. Cédille, [s. l.], v. 1, p. 178-196, 2010. https://doi.org/10.21071/ced.v1i0.10553.
PÊCHEUX, Michel. Ouverture du colloque. In: CONEIN, Bernard e outros. Matérialités Discursives. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1981.
QIU, Jack; GREGG, Melisa; CRAWFORD, Kate. Circuits of Labour: a labour theory of the iPhone era. TripleC, [s. l.], v. 12, n. 2, p. 564–581, 2014. https://doi.org/10.31269/triplec.v12i2.540.
ROSIER, Laurence. Du discours rapport à la circulation des discours: l’example des dictionnaires de ‘critique ironique’. Estudios de Lengua y Literatura francesas, Cadiz, ES, v. 14, p. 63-81, 2003.
ROSIER, Laurence e outros. La circulation des discours. Québec: Éditions Nota Bene, 2009.
SAVAGE, Mike. The ‘Social Life of Methods’: a critical introduction. Theory, Culture & Society, London, v. 30, n. 4, p. 3-21, 2013. https://doi.org/10.1177/0263276413486160.
SCHOLZ, Trebor. Cooperativismo de plataforma. São Paulo: Rosa Luxemburgo, 2017.
SCHRADIE, Jen. Ideologia do Vale do Silício e desigualdades de classe. Parágrafo, São Paulo, v. 5, p. 85-99, 2017.
SILVERSTONE, Roger. Complicity and collusion in the mediation of everyday life. New Literary History, Baltimore, MD, v. 33, n. 5, p. 761-780, 2002. https://doi.org/10.1353/nlh.2002.0045.
SODRÉ, Muniz. A ciência do comum. Petrópolis: Vozes, 2014.
SRNICEK, Nick. Platform capitalism. Londres: Polity, 2016.
VAN DIJCK, José; POELL, Thomas; DE WAAL, Martijn. The platform society. Nova York: Oxford, 2018. https://doi.org/10.1093/oso/9780190889760.001.0001.
VAN DOORN, Niels. Platform Labor: on the gendered and racialized exploitation of low-income service work in the ‘on-demand’ economy. Information, Communication & Society, [s. l.], v. 20, n. 3, p. 898-914, 2017. https://doi.org/10.1080/1369118X.2017.1294194.
VERÓN, Eliseo. La Semiose Social. Barcelona: Gedisa, 1996.
VERÓN, Eliseo; BOUTAUD, Jean-Jacques. La Semiotique Ouverte. Paris: Hermes Sciences, 2007.
VIEIRA PINTO, Álvaro. Ciência e existência. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
VIEIRA PINTO, Álvaro. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.
VOLOCHINOV, Valentin. Marxismo e filosofia da Linguagem. São Paulo: Ed. 34, 2017.
WAJCMAN, Judy. How Silicon Valley Sets Time. New Media & Society, [s. l.], v. 21, n. 6, p. 1272–1289, 2019. https://doi.org/10.1177/1461444818820073.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
WILLIAMS, Raymond. Cultura e materialismo. São Paulo: Unesp, 2011.
WRIGHT, Erik Olin. Envisioning real utopias. Nova York: Penso, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista FAMECOS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Revista Famecos implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Revista Famecos como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.