Alteridade, corpo e morte no cyberspace: cicatrizes de um hipercrime na epifania do virtual

Autores

  • Eugênio Trivinho Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2004.23.3248

Palavras-chave:

Sociabilidade, ciberespaço, tecnologias

Resumo

Do ponto de vista da epistemologia e da metodologia consolidada nas áreas e nas de Ciências Sociais e Filosofia, a configuração sociotécnica da comunicação como máquina-de-guerra simbólica contra a materialidade da existência consta, por exemplo, inteiramente órfã de estudo mais acurado e epistemologicamente articulado em nome da diferença e da crítica. O presente ensaio demonstra e implementa tal premissa ao enfocar um recorte expressivo dessa temática palpitante e, no entanto, olvidada, situado na extremidade hodierna da linha de desenvolvimento histórico da comunicação a distância: as relações entre tecnologias informáticas, cyberspace e sociabilidade em tempo real.

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Biografia do Autor

Eugênio Trivinho, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

EUGÊNIO TRIVINHO é Professor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PEPGCOS/PUC-SP), Coordenador Geral do CENCIB - Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Comunicação e Cibercultura nessa instituição e Pesquisador do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, em cujo Diretório de Grupos de Pesquisa o CENCIB/PUC-SP está cadastrado. Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), é Assessor ad hoc do CNPq, da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Coordenador do PEPGCOS/PUC-SP nos biênios 2011-2013 e 2013-2015 e Vice-Coordenador nos biênios 2005-2007 e 2007-2009.

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Publicado

2008-04-12

Como Citar

Trivinho, E. (2008). Alteridade, corpo e morte no cyberspace: cicatrizes de um hipercrime na epifania do virtual. Revista FAMECOS, 11(23), 30–50. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2004.23.3248

Edição

Seção

Cibercultura