O O direito à dúvida

descolonização em Cartas para Martin, de Nic Stone

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2023.1.44335

Palavras-chave:

Literatura Juvenil, Identidades, Racismo, Trauma, Descolonização

Resumo

Partindo da premissa candidiana de que toda literatura tem como premissa três faces integradas, sendo elas: uma estrutura significante; uma forma de expressar sentimentos e visões de mundo; e uma forma de conhecimento, que podemos apreender de forma prolixa e inconsciente, objetivamos analisar como a construção estética do romance juvenil Cartas para Martin (2020), da escritora estadunidense Nic Stone colabora com as relações entre a (des)construção do pensamento, a escrita e as identidades juvenis minorizadas. Para realizar essa análise, nos pautaremos nos pressupostos teóricos de Hunt (2005; 2015), sobre Literatura Infantil, os quais usaremos como inspiração para refletir sobre a Literatura Juvenil; nos conceitos de Identidade e Multiculturalismo, em Hall (2006) e Bonnici (2011), respectivamente; e nos conceitos de trauma e descolonização, em Kilomba (2021). Por meio de uma estética que rompe estereótipos literários, a escritora rompe, também, estereótipos de identidades, ao demonstrar como um jovem minorizado lida com os sistemas culturais e sociais opressivos, que perpassam sua existência. Na impossibilidade de encontrar um espaço que o acolha, a personagem cria seus próprios espaços no mundo profundo de sua consciência, que se transfiguram para sua vida real.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jaqueline Magon, Universidade Estadual de Maringá, Programa de Pós-graduação em Letras, Maringá, PR, Brasil.

Mestranda em Estudos Literários, pelo Programa de Pós-graduação em Letras, da Universidade Estadual de Maringá. Pesquisa literatura e construção de identidades. Membra do Grupo de Estudos em Multiculturalismo e Pós-colonialismo (GEMUP), da mesma instituição.

Referências

ACEVEDO, Elizabeth. A poeta X. Tradução: Giu Alonso. Rio de Janeiro: Galera Record, 2018.

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. Tradução: Julia Romeu. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

ALEXIE, Sherman. O diário absolutamente verdadeiro de um índio de meio expediente. Tradução: Maria Alice Máximo. São Paulo: Galera Record, 2009.

BONNICI, Thomas. O Multiculturalismo e a literatura negra britânica no contexto multicultural. In: BONNICI, Thomas (org.). Multiculturalismo e diferença: narrativas do sujeito na literatura negra britânica e em outras literaturas. Maringá: EDUEM, 2011. p. 13 63.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011. p. 171-193.

FORNA, Namina. Sangue dourado. Tradução: Karine Ribeiro. Rio de Janeiro: Galera Record, 2021.

HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HUNT, Peter. Conte algo que não sei. [Entrevista concedida a] Emiliano Urbim. O Globo, Rio de Janeiro, 27 nov. 2015. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/conte-algo-que-nao-sei/peter-hunt-professor-toda-literatura-infantil-tenta-controlar-crianca-18152942. Acesso em: 12 nov. 2022.

HUNT, Peter. The expanding world of Children’s Literature Studies. In: HUNT, Peter. Understanding Children’s Literature. London; New York: Routledge, 2005. p. 1-14.

JOHNSON, Leah. Espere até me ver de coroa. Tradução: Solaine Chioro. São Paulo: Alt, 2020.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução: Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.

LEAL, Záira Rezende Gonzalez; FACCI, Marilda Gonçalves Dias; SOUZA, Marilene Proença Rebello de (org.). Adolescência em foco: contribuições para a psicologia e para a educação. Maringá: EDUEM, 2014. E-book.

RAÚF, Onjali Q. O garoto do fundo da sala. Tradução: Carol Dias. Rio de Janeiro: The Gift Box, 2020.

REYNOLDS, Jason. Daqui pra baixo. Tradução: Ana Guadalupe. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2019.

SILVERA, Adam. Lembra aquela vez. Tradução: Lucas Peterson. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2017.

STONE, Nic. Cartas para Martin. Tradução: Thaís Paiva. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020a.

STONE, Nic. Dear Justyce. New York: Ember, 2022.

STONE, Nic. Dear Martin. New York: Crown Books for Young Readers, 2017.

STONE, Nic. Jackpot. New York: Crown Books for Young Readers, 2019.

STONE, Nic. Odd One Out. New York: Crown Books for Young Readers, 2018.

STONE, Nic. Shuri: a black panther. New York: Scholastic Inc., 2020b. v. 1.

STONE, Nic. Shuri: the vanished. New York: Scholastic Inc., 2021. v. 2.

THIONG’O, Ngũgĩ wa. Descolonizar la mente. Tradução: Marta Sofía López Rodríguez. Barcelona: Penguin Random House, 2015.

THOMAS, Angie. Na hora da virada. Tradução: Regiane Winarski. Rio de Janeiro: Galera Record, 2019.

THOMAS, Angie. O ódio que você semeia. Tradução: Regiane Winarski. Rio de Janeiro: Galera Record, 2017.

TURIN, Joëlle. La littérature du Jeunesse e les adolescents. Bulletin des bibliothèques de France, Paris, v. 48, n. 3, p. 43-50, 2003. Disponível em: https://bbf.enssib.fr/consulter/

bbf-2003-03-0043-006. Acesso em: 12 nov. 2022.

YOON, Nicola. O sol também é uma estrela. Tradução: Alves Calado. São Paulo: Arqueiro, 2017.

ZOBOI, Ibi. Orgulho. Tradução: Giu Alonso. Rio de Janeiro: HarperCollins, 2019

Downloads

Publicado

2023-12-15

Como Citar

Magon, J. (2023). O O direito à dúvida: descolonização em Cartas para Martin, de Nic Stone . Letrônica, 16(1), e44335. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2023.1.44335

Edição

Seção

LITERATURA INFANTIL E JUVENIL CONTEMPORÂNEA