O Espelho e a formação da opinião pública
A atuação de Manuel Ferreira de Araújo Guimarães (1821-1822)
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-864X.2022.1.41982Palavras-chave:
O Espelho, Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, ImprensaResumo
Este artigo tem como objetivo apresentar a emergência do jornal O Espelho no processo de consolidação da imprensa no Rio de Janeiro e refletir acerca da importância da figura de seu redator – Manuel Ferreira de Araújo Guimarães – dentro da consolidação de um processo histórico mais amplo: a construção do seu lugar de homem de letras, que se auto intitulava o representante por excelência da formação de uma opinião pública ilustrada, responsável por colocar a púbico os principais debates políticos acerca do processo de independência do Brasil, ocorrido de 1821 a 1823. Dentro dessa perspectiva o artigo enfoca os momentos iniciais da circulação desse periódico – entre os meses de outubro de 1821 e janeiro de 1822 – período no qual o redator estruturou a linha editorial do jornal, que garantia espaço de fala e reflexão para dois atores políticos fundamentais no processo de independência do Brasil: o então Príncipe Regente D. Pedro e seu ministro José Bonifácio de Andrada e Silva. Pensaremos, portanto, a relevância política da arquitetura do discurso desse periódico em meio à guerra das penas ocorrida no mundo luso-brasileiro nos dois lados do Atlântico, que foi pensado para ser reconhecido pela elite ilustrada como a principal referência de credibilidade jornalística da Corte, uma vez que tinha à frente Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, o mais experiente homem de imprensa da época da independência.
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