The Power of Judging – or how to distinguish ‘indifference’ in Kant and Arendt. Some critical notes on the structure of activities
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-864X.2017.3.26140Palavras-chave:
Julgamento, Julgar, Indiferença, Arendt, Kant.Resumo
***O Poder do Julgar – ou como distinguir ‘Indiferença’ em Kant e Arendt. Algumas notas críticas sobre a estrutura das atividades***
Um dos cenários mais horríveis da Ética – mais do que a imoralidade ou amoralidade – é a indiferença moral. A obra final de Arendt, A Vida do Espírito, mostra uma faceta diferente da “indiferença” e a vê como um componente vital do julgamento e da reflexão. O seguinte artigo aborda esta compreensão da indiferença. Arendt extrai da Terceira Crítica de Immanuel Kant, onde a emoção e a experiência são consideradas constitutivas, em contraste com as duas Críticas anteriores, a primeira das quais trata da função lógica do julgar e a segunda do julgamento moral. A este respeito – o background arendiano para o julgar pertence à estética e não à ética – é a liberdade do juízo estético que garante seu potencial ético. No trabalho de Arendt, o julgamento é a base incontestável de seu pensamento. Além dos dois tipos convencionais de julgamento de Kant – determinantes e reflexivos –, ele apresenta uma terceira maneira de julgar em sua Crítica da Faculdade do Juízo. Somente esse terceiro juízo estético reflexivo subjetivo (subjektiv ästhetisch-reflektierendes Urteil) tem o potencial para o que Kant chama de “reabilitação da emoção”. Este terceiro tipo de julgamento demonstraria que aqui Kant combina uma forma de indiferença e a idéia de julgamento protótipo, dando à indiferença um aspecto positivo. E apenas essa terceira forma constitui a base para os pensamentos gerais de Arendt sobre julgamento. A gama de tipos de julgamento no pensamento de Kant poderia de fato ser interpretada não apenas como três maneiras diferentes de pensar, ao que ele se refere com o termo Denkungsart, mas sim como três maneiras diferentes de entender o mundo.É, portanto, de particular interesse para Arendt em termos do que ela chama mudanidade. A diversidade do julgamento elaborada na Terceira Crítica de Kant é uma expressão existencial da capacidade humana para o que é conhecido como “Haltung” na língua alemã e em todas as outras línguas apenas traduz-se fragmentariamente como “postura”, “hábito” ou “atitude”. Não é simplesmente a capacidade de adotar um certo “Haltung”, mas também de mudá-lo.
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