O conto autoficcional de Veronica Stigger

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7726.2021.2.40138

Palavras-chave:

Conto contemporâneo, Autoficção, Veronica Stigger

Resumo

Este texto visa a refletir sobre o conto autoficcional de Veronica Stigger, evidenciando como a autora supera esse conceito ao constatar o seu desgaste na literatura contemporânea. Para isso, analisaremos três contos de Stigger: “O livro”, publicado em Sombrio Ermo Turvo, “Imagem verdadeira” e “200 m2”, publicados em Os anões, textos que se apresentam como paródias da autoficção e que ressaltam como a escritora gaúcha, ao transmutar-se em personagem, distorce sua própria imagem, num processo especular de seus textos e da própria autoria. Ao considerarmos as características do conto contemporâneo e as especificidades do conto de Stigger, procuramos evidenciar, tomando como aporte teórico, sobretudo, os estudos sobre autoficção de Vicent Colonna e os ensaios sobre os espelhos de Umberto Eco, como Stigger forja vidas inusitadas para si para mostrar que tudo é ficção.     

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Biografia do Autor

Bruna Ferraz, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil.

Doutora em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, MG, Brasil; professora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), em Belo Horizonte, MG, Brasil.

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Publicado

2021-11-09

Como Citar

Ferraz, B. (2021). O conto autoficcional de Veronica Stigger. Letras De Hoje, 56(2), 173–181. https://doi.org/10.15448/1984-7726.2021.2.40138

Edição

Seção

O Conto Brasileiro Contemporâneo de Autoria Feminina