Relação entre teorias de aprendizagem e teorias de educação exemplificada pela tecnologia educacional da pesquisa investigativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1981-2582.2022.1.38133

Palavras-chave:

teorias de aprendizagem, aprendizagem significativa, teorias educacionais, comunidades de investigação, pesquisa investigativa

Resumo

Partimos da consideração epistemológica de que, por taxonomia e preponderância, teorias psicológicas de aprendizagem são mais basilares e mais restritas do que teorias de educação. De fato, teorias psicológicas de aprendizagem possuem natureza eminentemente descritiva – associada com a elucidação científica de como funcionam os mecanismos por detrás dos processos cognitivos envolvidos na aprendizagem –, ao passo que as teorias educacionais possuem natureza eminentemente normativa – associada com princípios norteadores e critérios de decisão a respeito de o quê se deve ensinar e metodologias a respeito de como se deve ensinar, com o propósito de alcançar dadas finalidades. A partir disso, descrevemos sucintamente as estruturas conceituais da teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel e da teoria educacional de Mathew Lipman (formação de comunidades de investigação), articulando-as entre si à luz da classificação proposta. Em seguida, apresentamos e discutimos o modo como se poderia implementar, na prática, a articulação entre as duas teorias, por meio de uma tecnologia educacional, a saber, a pesquisa investigativa, tipificando essa relação na estratégia de aprendizagem associada ao projeto de pesquisa e ao seminário. Por fim, à guisa de fortalecer as conclusões havidas do confronto entre as premissas e a articulação conceitual propostas, ressaltamos algumas conexões explícitas entre o referencial teórico e a tecnologia educacional em evidência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcello Ferreira, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil.

Doutor em Educação em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre RS, Brasil; mestre em Ensino de Física e Licenciado em Física pela Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil. Pós-doutorado em Educação em Ciências pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Carlos, SP, Brasil. Líder do Grupo de Pesquisa Ensino de Ciências e seus dispositivos: sujeitos, saberes, práticas, discursos e políticas. Professor e vice-diretor no Instituto de Física e orientador no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil.

André Luís Silva da Silva, Universidade do Pampa (Unipampa), Caçapava do Sul, RS, Brasil.

Doutor em Educação em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre RS, Brasil; mestre em Química Inorgânica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria, RS, Brasil; licenciado em Química pela Universidade de Cruz Alta (Unicruz), em Cruz Alta, RS, Brasil. Professor no Curso de Ciências Exatas e orientador no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Caçapava do Sul, RS, Brasil. Líder do Grupo de Pesquisa Ensino, Aprendizagem e Significados em Ciências (EnASCi).

Olavo Leopoldino da Silva Filho, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil.

Doutor em Física; mestre em Física e Filosofia; bacharel em Física, Ciência da Computação e Filosofia pela Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil. Doutorando em Filosofia na mesma instituição. Professor e diretor no Instituto de Física e orientador no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil. 

Antony Marco Mota Polito, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil.

Doutor, mestre e bacharel em Física pela Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil. Professor no Instituto de Física e orientador no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil. 

Cleonice de Ávila Carvalho, Universidade do Pampa (Unipampa), Caçapava do Sul, RS, Brasil.

Especialista em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria, RS, Brasil; licenciada em Química pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), em Ijuí, RS, Brasil. Mestranda em Ensino de Ciências na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Caçapava do Sul, RS, Brasil. 

Referências

Antunes, C. (2012). Professores e professauros. Vozes.

Ausubel, D. P. (2003). Aquisição e Retenção de Conhecimentos: uma Perspectiva Cognitiva. Editora Plátano.

Barros, A. J. P., & Lehfeld, N. A. S. (2012). Projeto de Pesquisa propostas metodológicas. Vozes.

Demo, P. (1985). Introdução à metodologia da Ciência. Atlas.

Demo, P. (2007). Educar pela pesquisa. Autores Associados.

Fazenda, I. C. A. (1979). Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia? Loyola.

Ferreira, M., & Silva Filho, O. L. (2021). Ensino de física: fundamentos, pesquisas e novas tendências. Plurais: Revista Multidisciplinar, 6, 9-19. https://doi.org/10.29378/plurais.2447-9373.2021.v6.n1.12199

Ferreira, M., Couto, R. V. L., Silva Filho, O. L., Paulucci, L., & Monteiro, F. F. (2021). Ensino de astronomia: uma abordagem didática a partir da Teoria da Relatividade Geral. Revista Brasileira de Ensino de Física, 43, 1-13. https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0157

Ferreira, M., Silva Filho, O. L., Moreira, M. A., Franz, G. B., Portugal, K. O., & Nogueira, D. X. P. (2020). Unidade de Ensino Potencialmente Significativa sobre óptica geométrica apoiada por vídeos, aplicativos e jogos para smartphones. Revista Brasileira de Ensino de Física, 42, 1-13. https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2020-0057

Holanda, N. (1974). Planejamento e projetos. Apec.

Lipman, M. (1995). O Pensar na Educação. Vozes.

Lipman, M., Oscanyan, F., & Sharp, A. (1994). Filosofia na sala de aula. Nova Alexandria.

Moraes, R., & Galiazzi, M. C. (2002) Educação pela pesquisa como modo, tempo e espaço da qualificação de formação de professores de ciências. Ciência & Educação, 8, 237-252. https://www.scielo.br/j/ciedu/a/rpxWhrW3yfVZHTY9kSVyrxS/?lang=pt&format=pdf

Moreira, M. A. (2006). A teoria da Aprendizagem Significativa e sua implementação em sala de aula. Editora UnB.

Moreira, M. A. (2000). Aprendizagem significativa crítica. Atas do III Encontro Internacional sobre Aprendizagem Significativa. Lisboa. http://hdl.handle.net/10400.2/1320

Moreira, M. A. (2011). Teorias de Aprendizagem. E.P.U.

Nicolini, C. A. H. (2005). Projetos de aprendizagem e educar pela pesquisa como prática da cidadania. [Dissertação Mestrado, Faculdade de Química, PUCRS]. https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/3500

Novak, J. D. (1997). Teoría y práctica de la educación. Alianza Editorial.

Silva filho, O. L., & Ferreira, M. (2018). Teorias da aprendizagem e da educação como

referenciais em práticas de ensino: Ausubel e Lipman. Revista do Professor de Física, 2, 104-125. https://doi.org/10.26512/rpf.v2i2.12315

Silva Filho, O. L., & Ferreira, M. (2022). Modelo teórico para levantamento e organização de subsunçores no âmbito da Aprendizagem Significativa. Revista Brasileira de Ensino de Física, 44, 1-13. https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2021-0339

Silva Filho, O. L., Ferreira, M., Polito, A. M. M., & Coelho, A. L. M. B. (2021). Normatividade e descritividade em referenciais teóricos na área de ensino de Física. Pesquisa e Debate em Educação, 11, 1-33. https://doi.org/10.34019/2237-9444.2021.v11.32564

Silva, A. L. S., & Del Pino, J. C. (2019). Metodologias de ensino – no contexto da – Formação Continuada de ProfessoresAppris.

Thiollent, M. J. M. (2011). Metodologia da pesquisa-ação. Cortez.

Thiollent, M. J. M. (2006). Pesquisa-ação e projeto cooperativo na perspectiva de Henri Desroche. EdUFSCAR.

Thiollent, M. J. M. (2008). Pesquisa-ação nas organizações. São Paulo: Cortez.

Zabala, A. (2002). Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar. Artmed.

Downloads

Publicado

2022-09-14

Como Citar

Ferreira, M., Silva, A. L. S. da, Filho, O. L. da S., Polito, A. M. M., & Carvalho, C. de Ávila. (2022). Relação entre teorias de aprendizagem e teorias de educação exemplificada pela tecnologia educacional da pesquisa investigativa. Educação, 45(1), e38133. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2022.1.38133

Edição

Seção

Outros Temas

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)