O equívoco da ontologia social antagonista e a crise de alienação da modernidade tardia

Sobre a atualidade política da Teoria Crítica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.42507

Palavras-chave:

Alienação, Aceleração, Estabilização dinâmica, Ressonância, Pós-estruturalismo

Resumo

Na teoria social e política contemporânea, tanto os pensadores da esquerda como os da direita frequentemente partem da base de uma ontologia social antagonista. Eles assumem como dado que existem conflitos e divergências de interesses irreconciliáveis entre os grupos sociais de modo que, como Laclau, Rancière e outros supõem, conflito eterno não apenas é inevitável, mas desejável, pois sua ausência não significa outra coisa que uma hegemonia incontestada de uma facção social particular. Isso corresponde a uma realidade social na qual atores políticos simplesmente percebem uns aos outros como aliados ou como inimigos e obstáculos que necessitam ser combatidos ou silenciados. Uma realidade assim inevitavelmente produz um crescente senso de alienação política. Esta contribuição, em contraste, defende que deveríamos partir de uma ontologia social relacional, o que implica que relações sociais não estão dadas a priori, mas são elas próprias produto de instituições e práticas sociais e políticas. Consequentemente, as relações entre grupos sociais não necessitam ser antagonistas, mas podem assumir uma ampla variedade de formas. A Teoria Crítica, por consequência, deveria enfocar a natureza e a qualidade de relações sociais, físicas, temporais e espaciais nas instituições sociais. O texto segue, então, com o desenvolvimento do arcabouço conceitual para esse tipo de análise baseada na teoria da ressonância.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Hartmut Rosa, Friedrich-Schiller-Universität Jena, Jena, Deutschland.

Doutor em Ciência Política pela Humboldt-Universität Berlin e Livre-Docente em Sociologia e Ciência Política pela Friedrich-Schiller-Universität Jena, ambas na Alemanha. Professor de teoria sociológica na Friedrich-Schiller-Universität Jena, em Jena, e diretor do Max-Weber Kolleg em Erfurt.

Referências

Arendt, Hannah. 2019. Vita activa oder Vom tätigen Leben. 20. ed. München: Piper.

Arendt, Hannah. 2020a. Was ist Politik? Fragmente aus dem Nachlaß. Organizado por Kurt Sontheimer. Traduzido por Ursula Ludz. 7. ed. München: Piper.

Arendt, Hannah. 2020b. Zwischen Vergangenheit und Zukunft. Übungen im politischen Denken / Hannah Arendt 1. 5. ed. München: Piper.

Badiou, Alain. 2018. Was verstehe ich unter Marxismus? Vortrag vom 18, April 2016 an der École Normale Supérieure. Traduzido por Richard Steurer-Boulard. Wien: Passagen Verlag.

Bedorf, Thomas, e Steffen Herrmann, orgs. 2016. Das soziale Band: Geschichte und Gegenwart eines sozialtheoretischen Grundbegriffs. Frankfurt am Main: Campus.

Bedorf, Thomas, e Kurt Röttgers. 2010. Das Politische und die Politik. Berlin: Suhrkamp.

Caillé, Alain. 2019. Extensions du domaine du don: demander, donner, recevoir, rendre: essai. Questions de société. Arles: Actes Sud.

Downs, Anthony. 1957. An economic theory of democracy. Boston: Addison Wesley.

Dreyfus, Hubert L., e Charles Taylor. 2015. Retrieving realism. Cambridge: Harvard University Press.

Fraenkel, Ernst. 1999. Deutschland und die westlichen Demokratien. In Gesammelte Schriften 5: Demokratie und Pluralismus, organizado por Alexander Von Brünneck, 37–280. Baden-Baden: Nomos Verlagsgesellschaft.

Gallie, W. B. 1956. Essentially contested concepts. Proceedings of the Aristotelian Society 56 (1): 167–98. https://doi.org/10.1093/aristotelian/56.1.167.

Kielmansegg, Peter. 2013. Die Grammatik der Freiheit: Acht Versuche über den demokratischen Verfassungsstaat. Baden-Baden: Nomos.

Laborde, Cécile e John W. Maynor, orgs. 2008. Republicanism and political theory. Malden: Blackwell.

Laclau, Ernesto, e Chantal Mouffe. 2020. Hegemonie und radikale Demokratie: zur Dekonstruktion des Marxismus. Traduzido por Michael Hintz e Gerd Vorwallner. 6. ed. Wien: Passagen Verlag.

Love, Nancy Sue. 2006. Musical democracy. Albany: State University of New York Press.

Marchart, Oliver. 2010. Die politische Differenz: zum Denken des Politischen bei Nancy, Lefort, Badiou, Laclau und Agamben. Berlin: Suhrkamp.

Marchart, Oliver. 2013. Das unmögliche Objekt: eine postfundamentalistishe Theorie der Gesellschaft. Suhrkamp. Berlin: Suhrkamp.

Marcuse, Herbert. 1987. Der eindimensionale Mensch: Studien zur Ideologie der fortgeschrittenen Industrieges. 21. ed. Darmstadt: Luchterhand.

Marx, Karl. 2006. Zur Kritik der hegelschen Rechtsphilosophie, Einleitung. In Werke. Bd. 1: 1839 bis 1844, 16. ed. Berlin: Dietz.

Nachtwey, Oliver. 2016. Die Abstiegsgesellschaft: über das Aufbegehren in der regressiven Moderne. Berlin: Suhrkamp.

Nonhoff, Martin. 2015. Diskurs - radikale Demokratie - Hegemonie Zum politischen Denken von Ernesto Laclau und Chantal Mouffe. Bielefeld: Transcript. https://nbn-resolving.org/urn:nbn:de:101:1-201512026555.

Pocock, J. G. A. 2016. The Machiavellian moment: Florentine political thought and the Atlantic Republican tradition. Princeton: Princeton University Press.

Rancière, Jacques. 2008. Zehn Thesen zur Politik. Traduzido por Marc Blankenburg. Zürich: Diaphanes.

Rancière, Jacques. 2018. Das Unvernehmen: Politik und Philosophie. Traduzido por Richard Steurer-Boulard. 7. ed. Frankfurt am Main: Suhrkamp.

Reitz, Tilman. 2016. Das zerstreute Gemeinwesen: politische Semantik im Zeitalter der Gesellschaft. Wiesbaden: Springer VS.

Rosa, Hartmut. 1998. Identität und kulturelle Praxis: politische Philosophie nach Charles Taylor. Frankfurt am Main: Campus.

Rosa, Hartmut. 2016a. Der Versuch einer sklerotischen Gesellschaft, sich die Welt vom Leibe zu halten – und ein Vorschlag zum Neuanfang. In Pegida - Rechtspopulismus zwischen Fremdenangst und “Wende”-Enttäuschung? Analysen im Überblick, organizado por Karl-Siegbert Rehberg, Franziska Kunz e Tino Schlinzig, 289–96. Bielefeld: Transcript.

Rosa, Hartmut. 2016b. Resonanz: eine Soziologie der Weltbeziehung. Berlin: Suhrkamp.

Rosa, Hartmut. 2019. Demokratie und Gemeinwohl: Versuch einer resonanztheoretischen Neubestimmung. In Was stimmt nicht mit der Demokratie? Eine Debatte mit Klaus Dörre, Nancy Fraser, Stephan Lessenich und Hartmut Rosa, organizado por Hanna Ketterer e Karina Becker, 160–88. Berlin: Suhrkamp.

Rosa, Hartmut, Klaus Dörre, e Stephan Lessenich. 2017. Appropriation, Activation and Acceleration: The Escalatory Logics of Capitalist Modernity and the Crises of Dynamic Stabilization. Theory, Culture & Society 34 (1): 53–73. https://doi.org/10.1177/0263276416657600.

Sörensen, Paul. 2016. Entfremdung als Schlüsselbegriff einer Kritischen Theorie der Politik: eine Systematisierung im Ausgang von Karl Marx, Hannah Arendt und Cornelius Castoriadis. Zeitgenössische Diskurse des Politischen 10. Baden-Baden: Nomos.

Sullivan, William M. 1986. Reconstructing public philosophy. Berkeley: Univ. of Calif. Press.

Sunstein, Cass R. 1995. Democracy and shifting preferences. In The idea of democracy, organizado por David Copp, Jean Hampton e John E. Roemer, 196–230. Cambridge: Cambridge University Press.

Taylor, Charles. 1985. Philosophy and the human sciences. Cambridge: Cambridge University Press.

Taylor, Charles. 2005. As fontes do self: a construção da identidade moderna. São Paulo: Loyola.

Thadden, Elisabeth von. 2018. Die berührungslose Gesellschaft. München: C. H. Beck.

Downloads

Publicado

2022-02-22

Como Citar

Rosa, H. (2022). O equívoco da ontologia social antagonista e a crise de alienação da modernidade tardia: Sobre a atualidade política da Teoria Crítica. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 22, e42507. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.42507

Edição

Seção

Dossiê: Atualidade política da Teoria Crítica