Selfie e dataficação do cotidiano

Um olhar etnográfico para as práticas e políticas material-discursivas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2021.2.39553

Palavras-chave:

Selfie, Dataficação, Etnografia

Resumo

Tomando como ponto de partida as possibilidades conversacionais vinculadas à prática de selfie, este artigo possui o objetivo de investigar as práticas e políticas material-discursivas desenvolvidas através do cotidiano de produção e compartilhamento de autorretratos digitais. A partir de pesquisa etnográfica realizada na cidade de Salvador, discutem-se os momentos nos quais o político é diferentemente solicitado em cada prática e situação específica, e como as conversações vão diferindo em cada relação, ambiente digital e arranjo material. A partir das experiências e relatos apresentados, argumenta-se por uma compreensão da prática de selfie também enquanto prática material-discursiva, na qual as materialidades digitais que a compõe agem de maneira a transformar experiências e criar possibilidades conversacionais em um ambiente de dataficação do cotidiano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leonardo Pastor, Universidade Federal da Bahia (Ufba), Salvador, BA, Brasil.

Doutor e mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Salvador, BA, Brasil; pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Corpos, Sensibilidades e Ambientes (Ecsas), Salvador, BA, Brasil.

Referências

Barad, Karen. 2007. Meeting the universe halfway: quantum physics and the entanglemenof matter and meaning. Durham & London: Duke University Press.

Beuscart, Jean Samuel, Dominique Cardon, Nicolas Pissard e Christophe Prieur. 2009. Pourquoi partager mes photos de vacances avec des inconnus ? Les usages de Flickr. Reseaux 154 (2): 91-129. https://doi.org/10.3917/res.154.0091.

Dijck, José van, Thomas Poell e Martijn De Waal. 2018. The platform society. New York: Oxford University Press.

Dourish, Paul. 2017. The stuff of bits: an essay on the materialities of information. Cambridge: MIT Press.

Dourish, Paul e Edgar Gómez Cruz. 2018. Datafication and data fiction: narrating data and narrating with data. Big Data & Society 5 (2): 01-10. https://doi.org/10.1177/2053951718784083.

Gómez Cruz, Edgar e Eric T. Meyer. 2012. Creation and control in the photographic process: IPhones and the emerging fifth moment of photography. Photographies 5 (2): 203-21. https://doi.org/10.1080/17540763.2012.702123.

Gunthert, André. 2014. L’image conversationnelle: les nouveaux usages de la photographie numérique. Études Photographiques 31:54-71. http://journals.openedition.org/etudesphotographiques/3387.

James, William. 1912. Essays in radical empiricism. New York: Longmans, Green and Co.

James, William. 1987. A pluralistic universe. In William James Writings 1902-1910, organizado por Bruce Kuklick, 625-820. New York: The Library of America.

James, William. 2000. Pragmatism (1907). In Pragmatism and other writings, organizado por Giles Gunn, 1-132. London: Penguin Books.

Kennedy, Helen, Thomas Poell e Jose van Dijck. 2015. Data and agency. Big Data & Society 2 (2): 01-07. https://doi.org/10.1177/2053951715621569.

Lasén, Amparo. 2019. Lo ordinario digital: digitalización de la vida cotidiana como forma de trabajo. Cuadernos de Relaciones Laborales 37 (2): 313-30. https://doi.org/https://dx.doi.org/10.5209/crla.66040.

Lupton, Deborah. 2015. Digital sociology. London and New York: Routledge.

Lupton, Deborah. 2016. Personal data practices in the age of lively data. In Digital Sociologies, organizado por Jessie Daniels, Karen Gregory e Tressie McMillan Cottom, 339-54. Bristol: Policy Press.

Lupton, Deborah. 2018. How do data come to matter? Living and becoming with personal data. Big Data & Society 5 (2). https://doi.org/10.1177/2053951718786314.

Mayer-Schönberger, Viktor e Kenneth Cukier. 2013. Big data: a revolution that will transform how we live, work, and think. Kindle. New York: Houghton Mifflin Harcourt.

Murray, Susan. 2008. Digital images, photo-sharing, and our shifting notions of everyday aesthetics. Journal of Visual Culture 7 (2): 147–63. https://doi.org/10.1177/1470412908091935.

Pastor, Leonardo. 2020. Seguindo a experiência: uma etnografia diante da prática de selfie. Tese em Comunicação e Cultura Contemporâneas, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, Brasil.

Rivière, Carole Anne. 2006. Téléphone mobile et photographie: les nouvelles formes de sociabilités visuelles au quotidien. Societes 91 (1): 119-34. https://doi.org/10.3917/soc.091.0119.

Savransky, Martin. 2016. The adventure of relevance: an ethics of social inquiry. London: Palgrave Macmillan.

Stengers, Isabelle. 1996. Cosmopolitiques tome 1: la guerre des sciences. Paris: La Découverte.

Stengers, Isabelle. 1997. La question cosmopolitique. In Cosmopolitiques tome 7: pour en finir avec la tolérance, 69-84. Paris: La Découverte.

Stengers, Isabelle. 2002. Un engagement pour le possible. Cosmopolitiques 1: 27-36.

Stengers, Isabelle. 2018. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros 69: 442. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901x.v0i69p442-464.

Sumartojo, Shanti, Sarah Pink, Deborah Lupton e Christine Heyes LaBond. 2016. The affective intensities of datafied space. Emotion, Space and Society 21: 33-40. https://doi.org/10.1016/j.emospa.2016.10.004.

Warfield, Katie. 2016. Making the cut: an agential realist examination of selfies and touch. Social Media and Society 2 (2): 1-10. https://doi.org/10.1177/2056305116641706.

Downloads

Publicado

2021-08-24

Como Citar

Pastor, L. (2021). Selfie e dataficação do cotidiano: Um olhar etnográfico para as práticas e políticas material-discursivas. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 21(2), 260–270. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2021.2.39553