Dos “Revús” ao “Mudei”

movimentos ativistas e o processo de democratização em Angola (1990-2022)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2024.1.45505

Palavras-chave:

Angola, Ativismos, democratização, movimentos sociais

Resumo

o texto “Dos ‘Revús’ ao ‘Mudei’: movimentos ativistas e o processo de democratização em Angola (1990-2022)” é uma pesquisa que pretende recuperar as memórias dos movimentos ativistas na luta pela democratização em Angola (num exercício de longa ou média duração, olhando a extensão do tempo que vai de 1990 a 2022, altura em que se deu a transição para a democracia constituída por via da nova Constituição), tomando como gênese o ano de 1990, início do processo de democratização com a emergência de movimentos ativistas fora do quadro político-partidário liderado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), os quais viriam a ser responsáveis por desenhar a nova arquitetura de defesa dos direitos humanos em face da situação do neopatrimonialismo presidencial e partidário (Chabal, 2006; Messiant, 2018). Esse processo se arrastou até o ano de 2010, momento em que formaram-se os novos movimentos ativistas defensores do aprofundamento da democracia, direitos humanos e justiça social, assumidos por jovens nascidos entre 1980 e 2000, moradores de bairros periféricos e pobres, com formação média ou universitária, forjados no movimento hip-hop, influenciados pela imprensa, sobretudo a privada, e sem vínculo político-partidário – embora alguns tivessem familiares vinculados aos partidos políticos tradicionais como o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Eles, como contemporâneos da “Primavera Árabe”, desenvolveram protestos exigindo a retirada do presidente José Eduardo dos Santos. Nosso texto é construído tendo como substrato o diálogo entre a memória e a história do tempo presente dos jovens protagonistas das lutas por reivindicações por direitos civis e políticos na sociedade angolana, bem como as suas variadas interfaces.

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Biografia do Autor

Oliveira Adão Miguel, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Bahia, Brasil.

Mestrado em Ensino da História da África pelo Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla (ISCED-HUILA). Doutorando em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Bolsista pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Lívia Diana Rocha Magalhães, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Bahia, Brasil.

Professora Plena da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, pesquisadora do Museu Pedagógico, professora do Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade e professora convidada do CIFEX/USC (Espanha) desde 2005. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Política Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, geração e memória geracional, história e história da educação.

Washington Santos Nascimento, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil.

Professor associado de História da África da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em História Política da UERJ. Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP).

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Publicado

2024-12-03

Como Citar

Adão Miguel, O., Rocha Magalhães, L. D., & Nascimento, W. S. (2024). Dos “Revús” ao “Mudei”: movimentos ativistas e o processo de democratização em Angola (1990-2022). Estudos Ibero-Americanos, 50(1), e45505. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2024.1.45505

Edição

Seção

Dossiê - As oposições políticas nos PALOP: formação, evolução e perspetivas