Coalizão partidária na Guiné-Bissau
que leituras?
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-864X.2024.1.45226Palavras-chave:
Guiné-Bissau, coalizão partidária, partidos políticos, eleiçõesResumo
Este trabalho examina a formação e a manutenção das coalizões partidárias na Guiné-Bissau. Durante a transição ao multipartidarismo na década de 1990, o país testemunhou a formação de novos partidos políticos e, subsequentemente, as primeiras coalizões partidárias, com o objetivo de garantir um número suficiente de assentos para apoiar os projetos do governo no parlamento. Uma revisão da literatura revela que algumas coalizões contribuíram para a consolidação dos princípios democráticos e a estabilidade política no curto prazo, enquanto outras foram consideradas oportunistas, buscando ganhos próprios. Os resultados indicam que a formação e a eficácia das coalizões partidárias são influenciadas por diversos fatores, como a natureza do sistema político, o sistema eleitoral, as leis dos partidos políticos e das coalizões, fatores sociais e ideológicos, a personalidade dos líderes da coalizão e a institucionalização dos princípios democráticos. A influência dominante dos líderes e a fragilidade das estruturas dos partidos políticos afetam a institucionalização das coalizões e suas alianças políticas. Outrossim, a fragilidade econômica do País, especialmente na geração de oportunidades de trabalho, leva os partidos a formarem coalizões sem princípios na tentativa de manterem-se no governo para atender às suas demandas pessoais e partidárias. Portanto, é necessário um acordo de coalizão com políticas de governança claras, permitindo que as partes envolvidas adotem políticas comuns, garantindo consenso, objetivos e visões compartilhadas para manter a estabilidade governamental.
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