Coalizão partidária na Guiné-Bissau

que leituras?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-864X.2024.1.45226

Palavras-chave:

Guiné-Bissau, coalizão partidária, partidos políticos, eleições

Resumo

Este trabalho examina a formação e a manutenção das coalizões partidárias na Guiné-Bissau. Durante a transição ao multipartidarismo na década de 1990, o país testemunhou a formação de novos partidos políticos e, subsequentemente, as primeiras coalizões partidárias, com o objetivo de garantir um número suficiente de assentos para apoiar os projetos do governo no parlamento. Uma revisão da literatura revela que algumas coalizões contribuíram para a consolidação dos princípios democráticos e a estabilidade política no curto prazo, enquanto outras foram consideradas oportunistas, buscando ganhos próprios. Os resultados indicam que a formação e a eficácia das coalizões partidárias são influenciadas por diversos fatores, como a natureza do sistema político, o sistema eleitoral, as leis dos partidos políticos e das coalizões, fatores sociais e ideológicos, a personalidade dos líderes da coalizão e a institucionalização dos princípios democráticos. A influência dominante dos líderes e a fragilidade das estruturas dos partidos políticos afetam a institucionalização das coalizões e suas alianças políticas. Outrossim, a fragilidade econômica do País, especialmente na geração de oportunidades de trabalho, leva os partidos a formarem coalizões sem princípios na tentativa de manterem-se no governo para atender às suas demandas pessoais e partidárias. Portanto, é necessário um acordo de coalizão com políticas de governança claras, permitindo que as partes envolvidas adotem políticas comuns, garantindo consenso, objetivos e visões compartilhadas para manter a estabilidade governamental.

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Biografia do Autor

Ricardo Ossagô de Carvalho, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Redenção, Ceará, Brasil.

É de nacionalidade guineense, mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), doutor em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atualmente professor adjunto III na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), nos Cursos de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, Licenciatura em Sociologia e professor permanente do Mestrado Interdisciplinar em Humanidades (MIH).

Paulo Anós Té, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil.

Bacharel em Humanidades pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB/Brasil); licenciado em Sociologia pela mesma instituição. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel/Brasil) e doutorando em Ciência Política pela mesma universidade. Tem interesse no campo da Ciência Política, com ênfase nas instituições políticas, partidos políticos, representações políticas e democracia.

Policarpo Gomes Coamique, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.

Bacharel em Ciências da Educação pela Escola Normal Superior Tchico Té. Graduado em Humanidades pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB/Brasil) e licenciado em Sociologia pela mesma instituição. Mestre em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA/Brasil). Doutorando em educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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Publicado

2024-12-04

Como Citar

de Carvalho, R. O., Anós Té, P., & Gomes Coamique, P. (2024). Coalizão partidária na Guiné-Bissau: que leituras?. Estudos Ibero-Americanos, 50(1), e45226. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2024.1.45226

Edição

Seção

Dossiê - As oposições políticas nos PALOP: formação, evolução e perspetivas