Sexualidade subversiva e performatização dos gêneros a partir dos processos inquisitoriais de Violante Carneiro e Margarida Carneiro
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-864X.2020.3.33775Palavras-chave:
Inquisição portuguesa, Gênero, Sexualidade, Práticas mágico-religiosasResumo
Em conjunturas desfavoráveis, marcadas pela vigência de um sistema patriarcal e misógino, o interesse em contar com o sobrenatural representou para algumas mulheres uma importante ferramenta de resposta a esse contexto normativo. O universo das relações sociais, o interesse em controlar as vontades de outrem para a realização de enlaces amorosos, incluindo casamentos ou mesmo a salvação das vidas conjugais, foram registrados na documentação inquisitorial, ainda mais quando estiveram associados ao protagonismo almejado pelas mulheres. Este trabalho busca, portanto, investigar, à luz das relações de gênero, as trajetórias de Violante Carneiro e Margarida Carneiro, processadas pelas autoridades da visitação inquisitorial realizada na América portuguesa (1591-1595). Pretende-se, assim, investigar como a sexualidade serviu para essas mulheres como ferramenta de subversão, em que práticas mágico-religiosas foram utilizadas como meio para alcançar autonomia em suas vidas.
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