Avaliação pré-clínica de um material substituto ósseo xenógeno a base de hidroxiapatita/colágeno
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-6523.2014.1.12506Palavras-chave:
Bioprótese, teste de materiais, regeneração óssea, apatita, colágenoResumo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades físicas, químicas e biológicas de um xenoenxerto bovino para o reparo ósseo. Métodos: Análise físico-química foi conduzida usando difração de raios X, espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier e microscopia eletrônica de varredura. Biocompatibilidade in vitro foi avaliada através de ensaios de citotoxicidade e adesão celular usando culturas de linhagem celular de fibroblastos e pré-osteoblastos murinos, respectivamente. Além disso, por ensaio in vivo usando enxertia subcutânea no modelo rato (5 e 10 semanas, hidroxiapatita sintética como material controle) e ainda um experimento a longo prazo em defeitos de tamanho crítico em calvária (6 e 9 meses, coágulo sanguíneo e osso autógeno como controles negativo e positivo, respectivamente). Resultados: O material teste apresentou uma arquitetura tridimensional consistindo de grânulos densos e microporos (várias dimensões), composto de hidroxiapatita cristalina/fibras colágenas. O xenoenxerto foi citocompatível e após 7 dias foi observado espraiamento de pré-osteoblastos sobre grânulos do material. Análise histopatológica do material implantado no subcutâneo de ratos mostrou o xenoenxerto intato após 10 semanas circundado por tecido conjuntivo frouxo com suave infiltrado inflamatório e células gigantes multinucleadas ao redor de partículas (5 e 10 semanas) similar à hidroxiapatita sintética. Considerando os defeitos de tamanho crítico em calvária foi observada 1,7 vezes mais formação de novo osso no xenoenxerto do que no grupo controle (P<0,001), um resultado similar verificado no autoenxerto. Não houve variação significante na densidade de volume do xenoenxerto (37,9%±4,3). Conclusão: Pode-se concluir que o material xenógeno é biomimético, biocompatível, osseocondutor e nãoreabsorvível, portanto sendo um material promissor para o reparo ósseo.Referências
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