Mulheres, discurso jornalístico e política
Um estudo sociodiscursivo do discurso
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2021.3.40676Palavras-chave:
Representação feminina, Dialogismo, Mídia impressaResumo
Este trabalho reflete sobre a representação midiática de mulheres presentes no cenário político brasileiro, a partir de uma análise dialógica discursiva de reportagens de capa protagonizadas por figuras públicas da política nacional entre 2015 e 2019. Faz-se um paralelo entre o retrato de mulheres em posição de protagonismo político, ou seja, governantes eleitas, e a representação daquelas que ocupam papeis coadjuvantes no que tange à atuação política, como primeiras-damas. Por serem estudados textos sincréticos da contemporaneidade, o dialogismo do Círculo de Bakhtin (VOLÓCHINOV, 2017) aparece atrelado aos estudos do verbo-visual (BRAIT, 2013). A hipótese apontada é de que, enquanto protagonistas o fazer político, não raramente mulheres aparecem vilificadas pela mídia e, sob avaliações de histerismo ou incompetência, o modelo que lhes parece ser atribuído é o de bruxa má (DWORKIN, 1974). Por outro lado, quando ocupam o papel de coadjuvantes, o retrato midiático as valoriza no que tange ao padrão estético vigente e parece construir uma narrativa próxima às das princesas de contos-de-fada. Considerando que todo enunciado é parte de uma corrente discursiva ininterrupta e que está circunscrito, necessariamente, a um sistema ideológico (BAKHTIN, 2003), propõe-se estudar as relações dialógicas, contratuais ou polêmicas, que constituem as capas investigadas para, então, refletir sobre os papeis sociais estratificados às mulheres, refletidos e reiterados pelo fazer midiático.
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Referências
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