Gêneros discursivos e Crítica Genética
Pontos de contato
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2020.3.37213Palavras-chave:
Gêneros discursivos, Crítica Genética, dados processuais, resenhaResumo
Neste trabalho, propomos uma aproximação entre o conceito de gênero e a Crítica Genética, a partir da análise de dados do processo de construção de uma resenha escrita por uma dupla de estudantes universitários. A noção de gênero que adotamos é a de Bakhtin (2011), para quem gêneros são “tipos relativamente estáveis de enunciados” produzidos pelas esferas de utilização da língua. Para tratarmos da Crítica Genética, área da Literatura que dá ao texto a perspectiva do processo, recorremos, entre outros, a Salles (2000) e Biasi (2006). Assim como fazem os geneticistas, lançamos um olhar para o processo: o que nos interessa é o vir a ser e não apenas o produto. Nossas análises mostraram que dados processuais nos permitem chegar a detalhes muito específicos da construção do texto, os quais não teríamos acesso apenas com o texto pronto, como os motivos que levaram os estudantes a fazerem determinadas escolhas genéricas.
Downloads
Referências
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Introdução e tradução de Paulo Bezerra. 6. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011a, p. 261-306.
BELLEMIN-NOËL, Jean. Reproduzir o manuscrito, apresentar os rascunhos, estabelecer um prototexto. Manuscrítica – Revista de Crítica Genética, São Paulo, APML, n. 4, p. 127-161, 1993.
BEZERRA, Lidiane de Morais Diógenes. O uso de operações linguístico-discursivas da crítica genética na reescritura de textos. 2013. 198f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2013.
BIASI, Pierre-Marc. A crítica genética. In: BERGEZ, Daniel et al. Métodos críticos para análise literária. Tradução de Olinda Maria Rodrigues Prata. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 1-43.
BRANDÃO, Roberto de Oliveira. Apresentação. In: ZULAR, Roberto (org.). Criação em processo: ensaios de crítica genética. São Paulo: Iluminuras, 2002, p. 9-12.
FIORIN, José Luiz. Linguagem e interdisciplinaridade. Alea, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 29-53, Jun. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517106X2008000100003&lng=en&nrm=-iso. Acesso em: 20 dez. 2020. https://doi.org/10.1590/S1517-106X2008000100003
KOCH, Ingedore G. Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2013.
LIMA-SILVA, Ana Virgínia. A produção de resenha acadêmica no ensino superior. ReVeLe, n. 2, jan. 2011. https://doi.org/10.17851/2317-4242.2.0.1-13
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela H. Resenha. In: MOTTA-ROTH, Désirée; HENDGES, Graciela H. Produção textual na universidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
PEREIRA, Márcia Helena de Melo. Tinha um gênero no meio do caminho. A relevância do gênero para a constituição do estilo em textos de escolares. 2005. 276f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem – Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2005.
PRADO, Anne Carolline Dias Rocha. Participação, negociação e escolhas: como acontece a escrita conjunta no processo de construção de uma resenha? 2019. 154f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2019.
ROMANELLI, Sergio. Uma gênese da crítica genética no Brasil: 1984-2014. Lo que los archivos cuentam, v. 2, p. 69-87, 2014.
SALLES, Cecília Almeida. Crítica genética: uma (nova) introdução. 2. ed. São Paulo: EDUC, 2000.
SALLES, Cecília Almeida. Crítica genética: fundamentos dos estudos genéticos sobre o processo de criação artística. 3. ed. revista. São Paulo: EDUC, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Letras de Hoje
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Letras de Hoje implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Letras de Hoje como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.