Ethos e criminalidade: análise discursiva de tentativas de extorsão
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2018.3.30456Palavras-chave:
ethos discursivo, argumentação, criminalidade, linguística forense.Resumo
O presente artigo tem por finalidade analisar os ethé discursivos construídos pelos sujeitos comunicantes na situação de comunicação conhecida como Golpe do Falso Sequestro. Para que nosso objetivo fosse alcançado, fizemos a análise do corpus, constituído por três gravações telefônicas de golpes do falso sequestro, baseando-nos nos estudos de Maingueneau (2008), Amossy (2005) e Charaudeau (2012, 2015), bem como em alguns teóricos da Linguística Forense, como Coulthard & Johnson (2007), Olsson (2008) e Souza-Silva (2009). Após a nossa análise, notamos que os sujeitos que se passam por sequestradores tentam construir para si determinados ethé que corroboram os argumentos por eles utilizados no processo interacional. Na medida em que os argumentos constituem-se, principalmente, de intimidações e ameaças, os ethé construídos são, frequentemente, o de alguém cruel e disposto a cumprir com suas ameaças, ou seja, o ethos de potência subsidiado por certos imaginários sociodiscursivos acerca da criminalidade.
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