Tempo e evidencialidade na língua Kaingang – uma abordagem experimental
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2016.3.22543Palavras-chave:
Tempo, Evidencialidade, Kaingang, Psicolinguística experimentalResumo
Neste artigo reportamos dois experimentos off-line cronométricos investigando as categorias de Tempo e Evidencialidade na língua Kaingang (família Jê, tronco Macro-Jê). No primeiro experimento, identificamos um processo suprassegmental atuante sobre a categoria de Tempo nesta língua. Em verbos finalizados por segmentos consonantais, a prosódia opera como traço distintivo de passado e futuro, tanto em enunciados assertivos, quanto em interrogativos. Através desse experimento e também de análises acústicas, mostramos que a língua Kaingang, conhecida como uma língua acentual, apresenta tom gramatical atuando na categoria de tempo. No segundo experimento, verificamos a compreensão de dois marcadores de evidencialidade que se opõem quanto à fonte da informação, mỹr para informação visual e je para informação reportada. Objetivou-se testar a interpretação semântica que os falantes atribuem a essas partículas. Através de um subgrupo de sentenças, testamos, também, a partícula de modalidade vã, que indica frustrativo. Em ambos os experimentos, os resultados confirmaram as nossas hipóteses.
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Tense and evidentiality in Kaingang – an experimental approach
Abstract: In this article we report two chronometric off-line experiments investigating the categories of tense and evidentiality in the Kaingang language (Je family, Amerindian, Macro-Je stock). In the first experiment, we found an active suprassegmental process acting in the Tense category in this language. In verbs ending by consonantal segments, prosody operates as a phonemic feature, distinguishing past and future, both in assertive statements, and in questions. Based on this experiment we developed acoustic analyses which show that the Kaingang language, known as an accentual language, displays a system of grammatical tones acting in the category of Tense. In the second experiment, we studied the comprehension of two evidentiality markers which differ as to the source of the information they identify: mỹr encodes visual information and je indicates reported information. This study aimed to test the semantic interpretation that users assign to these particles. Through a subset of sentences, we tested also the modality particle vã, which indicates frustrative mode. In both experiments, the results confirmed our hypotheses.
Keywords: Tense; Evidentiality; Experimental Psycholinguistics; Kaingang language
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