A hipercontemporaneidade ensanguentada em Ana Paula Maia
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2016.4.26163Keywords:
Literatura contemporânea, Hipermodernidade, Pulp fiction, IdentidadeAbstract
A trilogia de Ana Paula Maia, composta por Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos, O trabalho sujo dos outros e Carvão animal, descreve cruelmente um grupo de personagens, situados num espaço caracterizado pela subalternidade, humilhação e exclusão social. Através de uma escritura pulp, Ana Paula Maia apresenta uma série de imagens abjetas que tematizam uma polpa de sangue, bichos, violência e esgoto. Alijados do status quo, esses habitantes dos subterrâneos da nossa sociedade, enquanto seres-refugo, desperdiçam as suas vidas fazendo o trabalho sujo para-os-outros. Brutalizadas e coisificadas, essas identidades marginais divertem-se pendurando porcos em ganchos ou contemplando os cães dilacerando-se. Esses homens-de-rinha esperam, sob um calor sufocante do subúrbio, a parte carnosa do real que está urdida sob a égide do resto mutilado do cotidiano: os pedaços dos corpos, dos porcos, dos cães, das esperanças.
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Bloodstained hyper contemporaneity in Ana Paula Maia
Abstract: The trilogy of Ana Paula Maia, composed of Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos, O trabalho sujo dos outros and Carvão animal describes a group of characters set in a space characterized by subordination, humiliation and social exclusion. Through pulp writing, Ana Paula Maia presents a series of abject images whose theme a pulp of blood, animals, violence and sewage. Priced out of the status quo, these inhabitants of the society underground, living as scrap, waste their lives doing the dirty work for others. Brutalized and objectified, these marginal identities have fun hanging pigs in hooks or contemplating dogs tearing each other up. These men – of – baiting expect, under a sweltering suburb, the fleshy part of real that is woven under the aegis of mangled rest of the everyday: the pieces of bodies, pigs, dogs, hopes.
Keywords: Contemporary literature; Hyper contemporaneity; Pulp fiction; Identity
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