A transferência dos padrões de VOT de plosivas surdas no multilinguismo

Autores

  • Marta Tessmann Bandeira UCPEL
  • Márcia Cristina Zimmer UCPEL

Palavras-chave:

Multilinguismo, Transferência interlinguística, VOT

Resumo

Partindo de uma abordagem emergentista, este trabalho investiga, as diferenças relativas aos padrões de VOT em plosivas surdas produzidas por crianças monolíngues e multilíngues. Dois foram os objetivos de seu estudo: 1) comparar os padrões de VOT das plosivas surdas produzidas no estágio inicial de aquisição do inglês pelos falantes monolíngues de português brasileiro (PB), com os padrões de VOT produzidos no inglês como L3 por falantes bilíngues de pomerano (L1) e PB (L2) (análise entre grupos); 2) analisar a dinâmica da transferência dos padrões de VOT das obstruintes iniciais /p/, /t/ e /k/ nas três línguas faladas por crianças multilíngues (análise intra-grupo). Participaram deste estudo 40 crianças com idade entre 8 e 10 anos, estudantes da terceira série de uma escola pública do município de Arroio do Padre Os participantes foram divididos em dois grupos, um com 20 crianças monolíngues, e o outro com 20 crianças bilíngues. As monolíngues falavam português brasileiro; os multilíngues, por sua vez, falavam pomerano e alemão (L1), e PB (L2). O inglês estava sendo aprendido como segunda língua pelos monolíngues e como terceira língua pelos bi/multilíngues Para a consecução dos objetivos, foi utilizado um instrumento de contação de histórias, em três línguas (português, pomerano e inglês), acompanhado de um jogo que eliciava a produção de palavras-alvo iniciadas pelas consoantes plosivas surdas. Essas palavras foram gravadas em estúdio e analisadas acusticamente, e as médias de VOT produzidas foram comparadas através de análise estatística. Houve diferença significativa entre as médias obtidas por multilíngues e monolíngues na produção de plosivas do inglês, o que sugere grande influência da primeira língua dos participantes na produção das oclusivas aspiradas do inglês como L3 (no caso dos bi/multilíngues) e como L2 (no caso dos monolíngues).

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Biografia do Autor

Marta Tessmann Bandeira, UCPEL

Possui graduação em letras- habilitação inglês pela Universidade Católica de Pelotas (2001). Atualmente é professora de inglês - E.E.E.M Arroio do Padre. Defendeu sua dissertação de mestrado no dia 23 de março de 2010 em aquisição de segunda língua na UCPel. Iniciou doutorado na mesma área do mestrado em agosto 2010, na UCPel, cuja seleção obteve 1ºlugar tornando-se bolsista da CAPES.

Márcia Cristina Zimmer, UCPEL

Possui mestrado em Lingüística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1999), doutorado sanduíche no Departamento de Psicologia Cognitiva da Carnegie Mellon University (2002-2003) e doutorado em Lingüística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2004). Atualmente é professor adjunto I da Universidade Católica de Pelotas. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Psicolingüística, atuando principalmente nos seguintes temas: Sistemas Dinâmicos e aquisição da linguagem, Fonologia Gestual e produção oral em inglês (L2), com ênfase na interação entre memória implícita e explícita e aspectos fonético-fonológicos do input, leitura em L2.

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Publicado

2011-08-19

Como Citar

Bandeira, M. T., & Zimmer, M. C. (2011). A transferência dos padrões de VOT de plosivas surdas no multilinguismo. Letras De Hoje, 46(2), 87–95. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/fale/article/view/7503