Figurações da doença na obra literária
um estudo de “Níobe”
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2024.1.46482Palavras-chave:
Hanseníase, Literatura Brasileira, Coelho NettoResumo
A literatura pode ser entendida como um espaço que revela muito sobre a forma de ver o mundo e sobre a forma de ser no mundo em um determinado momento histórico. Ela pode servir como parâmetro, inclusive, para a compreensão de como uma sociedade encara o processo de saúde e doença nesse determinado momento. No caso específico deste artigo, a pesquisa compreendeu como o conto de Coelho Netto intitulado “Níobe” informava sobre os tratamentos das pessoas acometidas pela hanseníase. A pesquisa realizada foi qualitativa, de caráter exploratório e documental, utilizando como base para sua análise artigos publicados em língua portuguesa disponíveis no Portal de Periódicos da Capes, publicados entre os anos de 2018 e 2023. A análise do conto foi feita à luz da perspectiva proposta por Roland Barthes (2013). Conclui-se que a narrativa mostra que os sujeitos doentes de hanseníase eram segregados socialmente. Essa marginalização alcançava também a família dos doentes. Destarte, observa-se que se criava um estigma em torno da doença, cuja lógica de construção discursiva culpabilizava a pessoa enferma.
Downloads
Referências
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Biografia – Coelho Neto. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/coelho-neto/biografia. Acesso em: 10 jan. 2024.
BARTHES, Roland. Aula. 14. ed. São Paulo: Cultrix, 2013.
BÍBLIA SAGRADA. Disponível em
https://www.bibliaon.com/versiculo/deuteronomio_25_9/. Acesso em: 8 mar. 2024.
BORDIGNON, Rodrigo da Rosa. Coelho Netto, o “homem com profissão”. Tempo Social, São Paulo, v. 32, n. 2, p. 79-100, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2020.168692. Acesso em: 10 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2020.168692
BRAGA-PINTO, César. O imaginário intersexual de Coelho Neto. Novos estudos Cebrap, São Paulo, v. 41, n. 1, p. 11-36, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.25091/S01013300202200010001. Acesso em: 10 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.25091/S01013300202200010001
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta da pessoa acometida pela hanseníase. Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. 60 p.
CARVALHO, Danielle Crepaldi. Coelho Netto (1864-1934): Uma vida dedicada à literatura. Travessias, Cascavel, v. 3, n. 2, 2009. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/travessias/article/view/3355. Acesso em: 10 jan. 2024.
COELHO NETTO, Henrique. Níobe. In: NETTO, Coelho. Contos da vida e da morte. Porto: Chardron, 1927. p. 31-37.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: USP, 2002.
GOLDMANN, Lucien. Sociologia do romance. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
HOCHMAN, Gilberto. A Era Vargas: Desenvolvimento e Modernização. Rio de Janeiro: FGV, 1998.
LEANDRO, José Augusto. A hanseníase no Maranhão na década de 1930: rumo à Colônia do Bonfim. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, v. 16, n. 2, p. 433-447, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-59702009000200009. Acesso em: 12 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59702009000200009
LIMA, Nísia Trindade. Reformas e Políticas de Saúde no Brasil: O Legado de Getúlio Vargas. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 16, n. 31, p. 107-125, 1996.
LOPES, Marcos Aparecido. No purgatório da crítica: Coelho Neto e o seu lugar na história da literatura brasileira. 1997. 248f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997. Disponível em: https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.1997.115716. Acesso em: 10 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.47749/T/UNICAMP.1997.115716
MARTINO, Agnaldo. A literatura como fonte histórica: a língua portuguesa pelas crônicas de Machado de Assis. Verbum, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 72-92, 2018. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/verbum/article/view/35944/25503. Acesso em: 12 jan. 2024.
MOISÉS, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix, 2004.
MONTEIRO, Yara Nogueira. Prophylaxis and exclusion: compulsory isolation of Hansen's disease patients in São Paulo. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, v. 10, p. 95-121, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-59702003000400005. Acesso em: 12 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-59702003000400005
MORAES, Marcos Antonio de. Coelho Netto entre modernistas. Literatura e Sociedade, São Paulo, v. 9, n. 7, p. 102-119, 2004. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i7p102-119. Acesso em: 10 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2237-1184.v0i7p102-119
MORAES, Péricles. Coelho Neto e sua obra. Manaus: Fundo Municipal de Cultura, 2016. Disponível em: https://concultura.manaus.am.gov.br/wp-content/uploads/2017/10/Coelho-Neto-e-sua-obra_para_internet.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.
SILVA, Alexander Meireles da. Sob o domínio do Rei Peste: a função das doenças e epidemias no gótico brasileiro da república velha. Revista Soletras, Rio de Janeiro, n. 27, p. 137-152, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.12957/soletras.2014.11196. Acesso em: 10 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.12957/soletras.2014.11196
SILVA, Daniel Augusto Pereira. Escritas da degeneração: o gótico e a decadência em O Rei Fantasma (1895), de Coelho Neto. Organon, Porto Alegre, v. 35, n. 69, p. 1-17, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.22456/2238-8915.106709. Acesso em: 10 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.22456/2238-8915.106709
SONTAG, Susan. Contra a interpretação. Porto Alegre: L&PM, 1987.
VAZQUEZ, Gustavo Krieger. O gótico no regionalismo de Coelho Neto: uma forma de representação e compreensão. Leitura, Maceió, v. 1, n. 74, p. 89-100, 2022. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/revistaleitura/article/view/13432. Acesso em: 10 jan. 2024. DOI: https://doi.org/10.28998/2317-9945.202274.89-100
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Letras de Hoje
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Letras de Hoje implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Letras de Hoje como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.